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Juros sobem, mas financiamento de carros usados avança
Recorde nas vendas impulsiona o setor automotivo em 2024 e 2025

O mercado de carros usados registra o melhor desempenho dos últimos 13 anos, com mais de 15 milhões de unidades vendidas em 2024, segundo a Fenauto. (Foto: Freepik)

Publicado em 03/06/2025

O mercado de automóveis usados está em expansão no Brasil. Dados da Federação dos Revendedores de Veículos Usados (Fenauto) revelam que, só em 2024, foram comercializadas 15.777.594 unidades, alta de 9,2% em relação ao ano anterior. Este é o maior desempenho dos últimos 13 anos. Paralelamente, o financiamento de veículos também mostra crescimento. Apenas em fevereiro deste 2025, foram 564 mil unidades financiadas, entre novas e usadas, alta de 7,3% na comparação com o mesmo mês de 2024, segundo informações divulgadas pela Bolsa de Valores (B3).

Entre janeiro e fevereiro deste ano, foram 1,1 milhão de unidades financiadas no país – considerando automóveis leves, pesados e motos – 3,6 % a mais do que no primeiro bimestre de 2024. O resultado é o melhor em uma década. 

Juros mais altos desafiam o setor

Em 13 de maio, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) elevou a taxa Selic para 14,75%, o maior patamar dos últimos 20 anos. A decisão impacta diretamente o financiamento de veículos, uma vez que os juros mais altos refletem diretamente nas parcelas mensais, encarecendo o crédito e aumentando os desafios do setor. O financiamento é uma opção adotada para viabilizar a compra de veículos, sobretudo, por oferecer prazos mais longos e taxas de juros fixas, o que facilita o planejamento financeiro. O processo é estruturado com base na análise de crédito do comprador, o que contribui para mitigar os riscos de inadimplência.

Cartão de crédito como opção de pagamento

Concessionárias e revendedoras têm oferecido a opção de parcelar a compra por meio do cartão de crédito, incluindo o valor total ou parcial do financiamento. A prática pode parecer vantajosa à primeira vista, sobretudo para consumidores que desejam evitar a alienação fiduciária – já que, nessa modalidade, o carro não fica atrelado ao banco e pode ser transferido imediatamente para o nome do comprador.

No entanto, é preciso estar atento aos riscos dessa estratégia. Segundo a Associação Brasileira de Profissionais de Educação Financeira (Abefin), grande parte dos problemas relacionados ao uso do cartão de crédito tem origem em compras mal planejadas e na falta de critério ao assumir parcelamentos. A recomendação é que o consumidor crie um orçamento financeiro, avaliando de forma realista quanto ganha, gastos e quais compromissos já foram assumidos, inclusive aqueles que envolvem pagamentos a prazo. 

De acordo com a Abefin, o ideal é que o cartão de crédito seja reservado para valores menores e despesas planejadas, como pagamento do IPVA, manutenção preventiva ou contratação do seguro veicular. O uso consciente evita ocupar todo o limite de crédito, o comprometimento do orçamento e a perda de controle sobre as finanças. 

Modalidades de financiamento de automóvel 

Ao buscar alternativas para viabilizar a compra de um automóvel, o consumidor brasileiro encontra diferentes modalidades de financiamento. 

CDC

De acordo com a Serasa, a mais comum é o Crédito Direto ao Consumidor (CDC), ofertado por bancos e instituições financeiras. Nessa opção, o valor do veículo é emprestado ao comprador, mas o bem permanece vinculado à instituição até o pagamento integral das parcelas. Esse é um processo de alienação fiduciária, no qual o comprador pode utilizar o veículo, mas só assume a propriedade legal após a quitação total da dívida.

Leasing

Outra possibilidade é o leasing, que funciona de forma semelhante a um aluguel. A empresa de leasing adquire o carro e o cede ao cliente mediante pagamento mensal. Durante a vigência do contrato, o bem permanece registrado no nome da empresa e, só ao final do prazo, o consumidor pode optar por adquirir o veículo definitivamente. 

As condições desse formato, como as taxas de juros, são estabelecidas no início e mantidas até o fim do contrato, sem variações. 

Consórcio

Também é possível recorrer ao consórcio, uma alternativa sem cobrança de juros, mas que exige planejamento e paciência. Nesse modelo, os participantes integram um grupo gerido por uma administradora autorizada pelo Banco Central. 

A cada mês, os integrantes contribuem com parcelas fixas e, por meio de sorteios, recebem uma carta de crédito para realizar a compra do veículo à vista. O sistema segue em funcionamento até que todos os participantes sejam contemplados.

Cada modalidade tem suas particularidades, vantagens e limitações, e a escolha depende do perfil financeiro do comprador e de sua urgência na aquisição do automóvel. A Serasa alerta que é importante tomar os devidos cuidados, como verificar os juros aplicados, o custo efetivo total (CET) da operação, a procedência do carro, além de não comprometer mais de 30% da renda mensal com o financiamento.

 

 

 

 

Da redação

Fonte: Experta

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