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Manifestações contra cortes na educação marcam Dia de Paralisação na UFSC

Foto: Pipo Quint / Agecom / UFSC

Publicado em 15/05/2019

No coração do Campus Trindade da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) mais de 5 mil pessoas, segundo os organizadores, participaram da Assembleia Geral Universitária do Dia de Paralisação em Defesa da Educação, realizada ao meio-dia desta quarta-feira, 15 de maio. Após o ato, exatamente às 13 horas, estudantes, servidores ativos e aposentados e a comunidade saíram do campus rumo ao centro da capital catarinense.

O percurso realizado por eles passou pela Rua Laura Linhares, Avenida Madre Benvenuta – para integração com participantes da Udesc, Avenida Beira Mar Norte, Avenida Mauro Ramos – para integração com participantes do IFSC, e Catedral Metropolitana de Florianópolis, localizada no centro da cidade. Para a caminhada, uma via da Beira Mar foi interditada e o retorno seguirá o mesmo trajeto.

Os organizadores iniciaram a Assembleia solicitando que o ato seja de cuidado mútuo pacífico. Maira André e Ricardo Rupp, estudantes de pós-graduação de Engenharia Civil na UFSC, acompanharam a Assembleia. Para ela, a mobilização visa mostrar à sociedade que a pesquisa e a universidade têm importância. “Precisamos defender os poucos direitos que ainda temos, como também as bolsas, são elas que nos permitem continuar pesquisando. Não faz sentido querer que o país avance sem fazer pesquisa e desenvolvimento. Estamos aqui para defender isso tudo”, frisa Maira.

Para Ricardo a UFSC representa um lugar de conhecimento. “Nós somos quem faz ciência neste país e estamos sofrendo no dia-a-dia com os cortes. A UFSC representa o lugar do saber e que brinda o desenvolvimento da ciência, isso é que está sendo prejudicado agora”.

Durante a Assembleia os representantes dos estudantes, docentes e técnico-administrativos falaram sobre a importância da educação pública no Brasil. Para que ela seja defendida permanentemente, a luta conjunta e constante foi consenso entre os discursos.

Leonardo Godim, estudante de Serviço Social da UFSC e membro do Diretório Central dos Estudantes (DCE Luís Travassos), falou sobre a constituição da Comissão Unificada de Mobilização em 2015 como espaço de articulação entre os integrantes da comunidade acadêmica. “A proposta lá e agora é discutir, de maneira integrada, propostas e unir as categorias em defesa da universidade pública. Em deliberações esta semana mais de 50 cursos decidiram aderir ao Dia de Paralisação em Defesa da Educação”.

Segundo Ana Martina, estudante no Doutorado em Sociologia Política e membro da Associação de Pós-graduandos da UFSC (APG), o dia 9 de maio foi histórico para os pós-graduandos. “Mais de 400 estudantes da pós-graduação decidiram em assembleia paralisar as atividades no dia de hoje pela construção de um dia de luta em favor da universidade pública e contra os cortes na educação” Martina informa ainda que na UFSC, 71 bolsas de pós-graduação foram cortadas. “Mais metade da categoria não possui bolsa ou acesso às políticas de permanência. Ainda, a nossa luta pela universidade pública se soma à luta contra a precarização da vida contra a classe trabalhadora”, diz ela.

Célia Vendramini, representante do grupo Docentes em Movimento da UFSC, frisou sobre a importância desta paralisação e da Greve Nacional da Educação, marcada para acontecer em todo o Brasil dia 14 de junho. “Precisamos nos fortalecer enquanto categoria fora e dentro da universidade e manter o estado permanente de mobilização”.

Dilton Rufino, representando os técnicos-administrativos em Educação da UFSC e membro da Diretora do Sintufsc, enalteceu que a paralisação luta contra os cortes de 30% na educação. “Isso afeta todos nós, como também a comunidade externa. A atividade de hoje é um chamado para a educação para que no dia 14 de junho todos estejamos juntos, principalmente a classe trabalhadora, pela luta dos nossos direitos”.

Das deliberações da Assembleia do Dia de Paralisação em Defesa da Educação

  1. Contra os cortes e em defesa da educação pública;
  2. Contra a atual proposta da reforma da previdência, contra o fim da previdência pública no país;
  3. Propostas conjuntas com as categorias para pressionar os parlamentares catarinenses para que votem contra a reforma da previdência e atuem para reverter o corte implementado sobre a educação pública;
  4. Fortalecer atos unificados no próximo período;
  5. Nova assembleia unificada universitária na próxima semana;
  6. Indicar que nas assembleias de categorias, dentro da autonomia de cada uma, sejam eleitos representantes para compor uma Comissão Unificada de Mobilização para conduzir as assembleias universitárias e as mobilizações no próximo período;
  7. Manifestação na sexta-feira, 17 de maio, em protesto e para que se cumpra o que está na constituição brasileira.

 

*Com informações da Agecom/UFSC