Largo da Alfândega é reinaugurado após revitalização
Obra contou com recursos do Iphan e foi executada pela Prefeitura Municipal - Foto: IPHAN/Divulgação
Publicado em 05/02/2020
Camadas de história reveladas ajudam a recontar a formação da capital catarinense. Até onde seguia o mar na cidade que se forma, majoritariamente, em uma ilha? Como se organizava o espaço, como tudo começou, o que foi transformado? Parte dessa memória está gravada ali no centro de Florianópolis (SC), no Largo da Alfândega. O local, que se estende a partir da Praça Fernando Machado até o Mercado Público Municipal, foi construído sobre um aterro há mais de 120 anos e será reaberto ao público no próximo dia 08 de fevereiro, após passar por uma importante obra de requalificação urbana. O resultado evidencia as características do Largo enquanto lugar de memória, espaço de lazer, convivência, comércio e referência para todos os florianopolitanos.
Desde 2018, a área estava fechada ao público para a realização da obra, que contou com investimentos de R$ 9,5 milhões, sendo R$ 8,7 milhões do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e o restante do valor como contrapartida da Prefeitura Municipal de Florianópolis, que também foi a responsável pela execução da intervenção.
Todo o Largo da Alfândega foi revitalizado, com a criação de decks, calçamento, implantação das condições de acessibilidade e paisagismo, além da inclusão de espelhos d’água, que demarcam até onde ia o mar naquela área, antes de ser aterrada. Também foram criadas zonas de descanso e uma nova estrutura, que comporta uma floricultura, banheiros, centro de informações turísticas, posto policial, espaços para venda de artesanatos e lanchonetes. Sobre essas novas edificações, uma grande cobertura metálica reproduz o formato das rendas de bilro, remetendo às tradições e fazeres do patrimônio imaterial de Santa Catarina.
A cerimônia de inauguração do espaço começa às 10h do dia 08 de fevereiro, com apresentações de manifestações típicas da região como o boi de mamão e as rendeiras. O evento contará com a presença do presidente interino do Iphan, Robson de Almeida; do prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro, entre outras autoridades locais.
Espaço de lazer e cidadania
Durante a obra foram encontrados vestígios arqueológicos, que testemunham as transformações urbanas ocorridas ao longo dos anos na região central de Florianópolis. Muradas e escadas históricas foram localizadas, revelando com precisão e clareza detalhes da história da ocupação da cidade. Optou-se, então, por deixar parte desses achados aparentes na nova configuração do espaço, preservando-os e valorizando a memória do local.
Outro ganho da intervenção foi na valorização da paisagem urbana, que é uma das mais conhecidas de Florianópolis. Além de consolidar a importância do Largo em si, a obra possibilitou uma maior visibilidade para o conjunto histórico que o cerca, conectado com o Mercado Público e tendo o edifício da antiga Alfândega como eixo central.
A requalificação urbana também possibilitou a implantação de equipamentos que adequam o local aos usos que já lhe eram tradicionais, como a realização de feiras e eventos. A proposta é de que o Largo da Alfândega se consolide como espaço de expressão da diversidade da cultura local, referência no modo de ser catarinense e dos produtos e serviços típicos da região, tornando-se também um ponto turístico diferenciado e ativo no desenvolvimento da cidade.
Da Redação