Hanseníase: DIVE/SC alerta para a importância do diagnóstico precoce
Dia 27 de janeiro, último domingo do mês, marca o Dia Mundial de Combate e Prevenção da hanseníase, também conhecida como Lepra. A Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (DIVE/SC), vinculada à Superintendência de Vigilância em Saúde (SUV), alerta a população sobre os sinais e sintomas da doença e destaca a importância do diagnóstico precoce para prevenção das incapacidades físicas.
Em 2017, o Brasil registrou um total de 26.875 novos casos de hanseníase, equivalendo a uma taxa de detecção de 12,94 casos por 100 mil habitantes. Segundo o relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS) de 2016, o Brasil é classificado como um país de alta carga para a doença, sendo o segundo com maior número de casos novos registrados no mundo.
Em Santa Catarina, também no ano de 2017, foram notificados 117 casos novos, correspondendo a uma taxa de detecção de 1,67 casos por 100 mil habitantes. Esses números colocam SC como um dos estados com a menor taxa de detecção do Brasil, atrás apenas do Rio Grande do Sul. No período entre 2001 e 2017 houve uma redução de 46,7% na taxa de detecção, o que fez com que Santa Catarina passasse a ser considerado como sendo de baixa endemicidade para doença. Dos casos detectados, a maioria foi em homens.
A hanseníase é transmitida através das vias aéreas superiores de uma pessoa doente sem tratamento. Pode provocar graves incapacidades físicas se o diagnóstico demorar ou se o tratamento for inadequado. Os primeiros sinais são manchas claras, róseas ou avermelhadas no corpo, que ficam dormentes e sem sensibilidade ao calor, frio ou toque. A doença é de notificação compulsória em todo o território nacional e de investigação obrigatória. Ao suspeitar dos sintomas o paciente deve procurar uma unidade de saúde. O tratamento é gratuito e ambulatorial, disponibilizado em todo o território nacional.
O diagnóstico precoce e o tratamento oportuno são as principais formas de evitar as deficiências e incapacidades físicas causadas pela hanseníase. De acordo com a diretora da Dive/SC, Maria Teresa Agostini, os medicamentos são seguros e eficazes. “O paciente deve seguir corretamente o tratamento. É importante ressaltar que as pessoas que convivem com os doentes também devem ser avaliadas pelo serviço de saúde”, explica.
Sobre a Hanseníase
Doença causada pelo Mycobacterium Leprae, transmitida pelas vias aéreas superiores e contato direto e prolongado com o doente sem tratamento. Pode ser prevenida através de hábitos saudáveis e condições de higiene adequadas. Entre os principais sintomas, que podem demorar de 2 a 7 anos para se manifestar, estão as manchas na pele com alterações de cor e de sensibilidade (a pessoa pode se queimar ou cortar sem sentir dor), dormência, queda de pelos e o comprometimento de nervos periféricos podendo provocar incapacidades físicas que podem evoluir para deformidades.
O diagnóstico e tratamento são gratuitos, oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) com a administração de um coquetel de antibióticos via oral, cujas doses e tempo variam conforme a classificação da doença (Paucibacilar-PB ou Multibacilar-MB). O paciente deve tomar uma dose mensal na Unidade de Saúde (dose supervisionada) e as demais serão autoadministradas (pelo paciente em sua moradia). Devem-se adotar, ao mesmo tempo, cuidados com olhos, mãos e pés para prevenção de incapacidades. Pessoas que convivem com o doente também devem ser examinadas.