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Em escola municipal de Florianópolis, crianças trabalham no contraturno ambiente e sustentabilidade

(Foto: Divulgação)

Publicado em 26/06/2018

“Ambiente e sustentabilidade” têm criado situações interessantes de aprendizagens aos estudantes da Escola Básica Municipal de Florianópolis Virgílio dos Reis Várzea, em Canasvieiras. Os temas são trabalhados no contraturno com crianças e adolescentes com dificuldades em algumas disciplinas. As atividades fazem parte do projeto Âncora que proporciona um tempo a mais no ambiente escolar para que todos fixem, estabeleçam vínculos, recarreguem e ampliem saberes. 

Para a garotada dos anos iniciais são oferecidas atividades diferenciadas visando a aquisição de conhecimentos básicos nas áreas do letramento e numeramento. Já os integrantes do 6º ao 9º ano têm a oportunidade de reelaborar os conceitos não assimilados e consolidá-los. 

Foram abordadas questões referentes ao consumismo, produção de resíduos sólidos, desperdício de alimentos e resíduos orgânicos, a partir da leitura e interpretação de textos, pesquisas na internet, palestras e exibição de filme e documentário. 

Nas oficinas de Língua Portuguesa foi dada ênfase aos gêneros textuais que envolvem a linguagem verbal e não-verbal, como charge, cartum, tirinha e cartaz. Questões gramaticais e ortográficas foram enfocadasde acordo com as dificuldades evidenciadas nas produções textuais, assinala Tânia Dagmar Berner Armbrust, professora dos anos iniciais.“O debate dos temas propostos pelos textos teve como objetivo desenvolver, também, as habilidades de expressão e argumentação orais”, frisa. 

Em parceria com os professores do Laboratório de Ciências, os estudantes estão aprendendo muito sobre sustentabilidade e, ao mesmo tempo, trabalhando os conceitos da matemática. Através da medição dos diferentes tipos de canteiros da horta do estabelecimento de ensino foi possível visualizar as noções de áreas, volume e quanto pode ser produzido. Ao observar as composteiras, também ficou evidente a economia que ocorre, visto que não é necessária a aquisição de fertilizantes para produção de legumes e verduras. 

A horta da escola tem se configurado importante espaço didático, sendo utilizada por todas as áreas do conhecimento envolvidas no projeto, especialmente na observação dos processos de compostagem, diz o professor articulador do projeto Âncora, Sandro Reinhold. “Com a colaboração dos professores do Laboratório de Ciências, os estudantes podem observar concretamente o impacto do destino correto dos resíduos orgânicos na escola e são incentivados a replicar a experiência em suas casas”, salienta. 

Integram ainda o projeto, os professores do laboratório de ciências, Rosângela Teixeira Garcia e Roque Luiz Pegoraro;  de matemática, Jonatan Jeorge de Campos; e  a professora de português dos anos iniciais, Marlene Lopes. 

Reinventando o Brigadeiro 

Trazendo os conhecimentos adquiridos na horta para a cozinha, os estudantes da unidade participaram da oficina “Alimentação e resíduos orgânicos” ministrada pela nutricionista, Pamela Constante da Silva, da Educação Alimentar e Nutricional (EAN) da Empresa SEPAT. A receita foi preparada pelos alunos do 6º ao 9º ano, dos períodos vespertino e matutino. 

Pamela abordou os assuntos já tratados em sala de aula com os professores. Os alunos discutiram a respeitodos resíduos orgânicos, descartes, cascas, talos, sementes de frutas, verduras e legumes em geral. Tratando da importância, valorização, nutrientes, benefícios para a saúde e o meio em que vivem. 

“Uma alimentação equilibrada  é condição essencial para que o consumo alimentar seja o mais natural possível, equilibrada, bastante variada e completa, e que forneça todos os nutrientes e vitaminas que o corpo precisa para prevenir doenças causadas por uma má alimentação”, explica a nutricionista. 

A profissional trouxe como proposta para a oficina o preparo da receita de brigadeiro com casca de banana. Foram analisados os ingredientes que a compõe, casca de bananas, água, farinha de trigo integral, açúcar mascavo, cacau em pó, leite desnatado, leite em pó e manteiga, levando os estudantes a refletirem sobre o valor nutricional de cada um deles. 

Os alunos prepararam coletivamente a receita e foram relembrados dos procedimentos de higiene na manipulação dos alimentos. A maioria gostou da experiência e aprovou o brigadeiro de casca de banana.
 
Benefícios nutricionais
 
A garotada concluiu que o brigadeiro tradicional, apesar de delicioso, não traz nenhum benefício ao organismo. A diferença é que o brigadeiro de casca de banana, além de saboroso, é cheio de benefícios nutricionais, a parte de dentro da casca da banana é muito rica em potássio, magnésio, vitaminas B6 e B12. Não é tão doce como o brigadeiro comum, que possui muito açúcar, gordura e rico em calorias, contendo baixo valor nutricional. 

O secretário Maurício Fernandes Pereira salienta a importância de ensinar os jovens a reaproveitarem os resíduos alimentícios. “A obtenção de conhecimento desde a escola ajuda a formar adultos conscientes do respeito e cuidado com a natureza. Essa experiência visa criar o senso de responsabilidade com o meio ambiente.”
 
 

Da Redação