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Diagnóstico precoce: equipamento desenvolvido em SC previne doenças em gado leiteiro

Foto: Reprodução

Publicado em 12/08/2020

Um dos maiores desafios para os produtores de leite em Santa Catarina é a detecção precoce e o controle da mastite no gado, doença que compromete a saúde dos animais e a produtividade. Para reduzir esses danos, uma empresa de Videira está desenvolvendo um dispositivo que pode ser inserido nas ordenhadeiras, o que vai permitir o diagnóstico na fase inicial da enfermidade. A solução faz parte do Programa Nascer, realizado pela Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação de Santa Catarina (Fapesc) em parceria com o Sebrae.

O controle de qualidade leiteira criado pela empresa Cowlity emite um alerta sobre a inflamação mesmo antes de qualquer sintoma, o que evita prejuízos. Além disso, é mais prático do que um equipamento de bancada usado atualmente para detectar a doença por permitir testes diários durante a ordenha. O produto passará por validação e deve entrar no mercado até o fim de 2021.

A mastite é uma inflamação de diversas causas, a mais comum sendo por bactéria, comprometendo a saúde do animal e a qualidade do leite. Em estágio avançado, os sintomas são visíveis. Porém, há muitos casos em que não há nenhum sinal, apenas a queda na produção, tornando difícil o diagnóstico.Segundo pesquisa realizada pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), o impacto da doença na agroindústria catarinense representa a perda de 5,6 a 8,8 milhões de litros de leite por ano.

Esses números levaram o médico veterinário Maurício Mezaroba e os colegas Maribel Gaio, Tasiana Rodrigues e Pedro Cachinski a desenvolverem uma solução e se inscreverem no Programa Nascer. “O programa, além de refinar e melhorar nossa ideia para o mercado, vem nos fornecendo orientação, acompanhamento, suporte e capacitação”, destaca Maurício.

Segundo o presidente da Fapesc, Fábio Zabot Holthausen, o objetivo do Programa Nascer é justamente capacitar negócios que estão na fase embrionária e dar apoio para organizar e fortalecer as ideias. “Assim, quando surgirem oportunidades de mercado ou mesmo de fomento, estes empreendedores estarão preparados. Este é o momento de aprender, testar e seguir empreendendo”, explica.

O professor Luiz Salomão Ribas Gomez, criador da ferramenta TXM usada no Nascer e idealizador dos espaços de pré-incubação Cocreation Lab, defende a variedade de soluções desenvolvidas no programa. "Startups não se limitam à criação de soluções voltadas para a vida urbana, e o agronegócio é um ‘campo fértil’ para a inovação e o desenvolvimento de novos empreendimentos”, destaca.

Da redação