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10 passos para qualquer brasileiro começar a investir

Imagem: Divulgação

Publicado em 27/03/2019

Já faz tempo que o mito de que investir e guardar dinheiro é para ricos não faz mais nenhum sentido. Na verdade, é que o brasileiro tem prazer em gastar tudo e se possível, sempre ter uma dívida. Sim, dá prazer gastar. Por isso, a gente precisa mudar o nosso mind set e ter prazer em guardar dinheiro. A gente consegue isso traçando pequenos objetivos financeiros e vamos subindo eles aos poucos, começando pelos primeiros R$ 1 mil.  Além disso, hoje, mais do que ser recomendável poupar, virou uma necessidade, tendo em vista de que será cada vez mais difícil viver com a aposentadoria pública concedida pelo INSS. O governo não está conseguindo fechar a conta dos aposentados. Por isso, a Reforma da Previdência veio para dificultar a obtenção do benefício. Portanto, todo brasileiro, independente da sua classe social, será obrigado a ter a sua própria previdência, ou seja, guardar dinheiro durante a vida inteira para não passar por problemas.

Para desmistificar o fato de que guardar dinheiro e investir é muito difícil, segue uma lista com 10 dicas práticas que qualquer brasileiro consegue colocar em prática.

1 – Espelho Financeiro: Antes de qualquer coisa que vamos fazer na vida é necessário planejamento e para isso, precisamos nos enxergar. Com as finanças é a mesma coisa. É necessário colocarmos em um papel ou em uma planilha as nossas receitas e as nossas despesas, separando gastos fixos de gastos variáveis e a partir de então entendermos a real situação que estamos;

2 – Dívidas: O segundo passo é pagarmos as dívidas. Sempre os juros das dívidas serão maiores que o dos investimentos. Portanto, é necessário saber quais débitos ainda precisam ser pagos e fazer um planejamento para quitá-los o quanto antes. É necessário ter em mente que, mesmo antes de pagar o que é devido, imediatamente a pessoa precisar parar de comprar parcelado ou pegar empréstimos;

3 – Corte de Gastos: Na matemática não existe mágica. Se todo mês a quantidade de dinheiro que está saindo é maior do que a que está entrando a pessoa jamais guardará recursos. É necessário verificar quais gastos fixos podem ser cortados ou reduzidos e, principalmente, quais são os supérfluos;

4 – Metas: Metas são necessárias para frearmos as nossas emoções. É necessário estabelecer quanto por mês será poupado para investir. Precisa ser no mínimo 10%. O ideal é que seja entre 20% e 30%. Assim que o salário ou a remuneração mensal cai na conta imediatamente, antes de qualquer outro gasto, o valor da meta precisa ser separado;

5 – Conhecimento: Hoje a internet popularizou o conhecimento. Em sites de notícias e redes sociais existe muita informação sobre o investimento, com explicações bem simples de entender. Independente se a pessoa investirá sozinho ou com um profissional auxiliando ela precisa saber o que está fazendo para não ser enganada;

6 – Corretora de Valores: Os grandes bancos gostam de captar dinheiro barato e emprestar caro. Eles não são especializados em investimentos financeiros. O ideal é procurar uma corretora de valores, autorizada pelo Banco Central e abrir uma conta. Uma dica essencial é nunca deixar dinheiro na conta desta corretora, mas sim, sempre em um investimento, pois se esta for a falência o seu dinheiro estará seguro;

7 – Especialista: Quando ficamos doentes vamos em um médico, mas quando falamos de investimentos o brasileiro quer resolver sozinho e sempre busca o investimento da moda achando que vai ficar rico do dia para a noite. O ideal é ter um profissional ao lado para auxiliar. As próprias corretoras oferecem este serviço ou a pessoa pode procurar de forma independente um planejador financeiro. Entretanto, é ideal também buscar informação sobre os investimentos para poder debater com este especialista. É como ir em um médico entender a sua doença e poder conversar sobre tratamentos e causas;

8 – Cofre de emergência: O primeiro objetivo dentro da estratégia de investimentos é atingir o seu cofre de emergência. Isso significa que será aquele dinheiro que você conseguirá resgatar rapidamente se algum imprevisto acontecer na vida, como a perda de um emprego. Este montante precisa ser no mínimo 6 meses do custo de vida. Por exemplo, uma pessoa que tem o gasto mensal de R$ 1 mil, precisa primeira juntar R$ 6 mil para só depois pensar em diversificar. O ideal é que este dinheiro esteja alocado no Tesouro Direto Selic, um fundo DI atrelado a títulos públicos e baixa taxa de administração ou um CDB com liquidez diária, ou seja, você resgatar o dinheiro a qualquer hora;

9 – O ser humano não gosta de correr risco: Isso é trauma da hiper inflação e confisco da poupança. Porém, quando falamos de investimentos, a coisa mais arriscada que alguém pode fazer é justamente não correr risco. Parece controverso, mas não é. Existe a inflação medida pelo governo, que é o IPCA, ou seja, uma média de quantos os produtos e serviços subiram no Brasil. Porém, existe a inflação pessoal, que é o quanto o custo de vida de cada pessoa sobe, como o plano de saúde, combustível e escola dos filhos. Esta inflação pessoal é quase sempre bem acima do IPCA. Isso quer dizer que, se o dinheiro investido render menos do que o quanto seu custo de vida subiu, então ele está perdendo valor e você conseguirá comprar “menos coisas” do que você compra hoje. Por isso, precisamos diversificar nossos investimentos com renda fixa e renda variável;

10 – Imóvel: O sonho da casa própria não tem nada além de emoção. Imóvel está longe de ser um bom investimento e deve ser o último objetivo a ser conquistado dentro de uma estratégia de investimentos. Em geral um aluguel gira em torno de 0,35% em relação ao valor do imóvel. Isso quer dizer que, um imóvel que vale R$ 1 milhão você pagaria R$ 3,5 mil. Se este mesmo dinheiro ficar parado na poupança, que é um péssimo investimento renderá R$ 3,8 mil por mês e ainda você terá R$ 1 milhão para qualquer eventualidade. Com o imóvel o dinheiro está imobilizado e se precisar vender rapidamente precisará reduzir o seu valor. Por isso, o brasileiro precisa esquecer o sonho da casa própria e entender que morar de aluguel é sinal de inteligência.

Fonte: Fabrizio Gueratto, Financista do Canal 1Bilhão Educação Financeira