Exposição da artista Betânia Silveira estreia no Centro Cultural Veras
A artista Betânia Silveira, mineira radicada em Florianópolis, apresenta sua nova exposição individual, O oco da mão, reunindo obras produzidas ao longo de 25 anos de trajetória. Sediada no Centro Cultural Veras, no Córrego Grande, a mostra privilegia séries em que o gesto repetido, quase ritualístico, ganha corpo em grandes conjuntos escultóricos. A abertura será em 25 de outubro, às 14h, com presença da artista.
O trabalho de Betânia evoca o tempo, a terra e a matéria como elementos fundamentais de sua prática. Essa relação entre forma, matéria e gesto perpassa toda a exposição. Entre as instalações que serão apresentadas está “Estar junto”, uma referência à ancestralidade indígena da artista, apagada pelo colonialismo, e sua busca pela identidade. A obra, que ganha nova edição depois de ser apresentada no MASC, no ano 2000, traz formas côncavas em cerâmica, que fazem uma referência às ocas, às montanhas de Minas Gerais e aos seios, origem e identidade femininas. Já na instalação “Talismãs”, a forma do “oco da mão” é revelada e batiza a exposição.
Se hoje a cerâmica ocupa espaços expositivos, nem sempre foi assim. Betânia é uma das pioneiras - após formação em ateliês de artistas, em 1995, estuda Cerâmica Design, em curso orientado pela Universidade de Londres, Rugby, Inglaterra. Paralelamente a sua atuação como artista plástica, e com especialização em cerâmica (1997), inicia a vida acadêmica como professora universitária. Realiza mestrado e doutorado em arte, enfocando a cerâmica como linguagem expressiva e área de pesquisa matérica e poética.
A artista pesquisa a tridimensionalidade e se utiliza da argila e da cerâmica como mídia e linguagem, assim como usa também a fotografia, a performance, o vídeo, a gravura e o desenho para compor sua poética que ocupa espaços expositivos, muitas vezes como instalação.
“A cerâmica nasce da simplicidade. É uma arte, técnica e tecnologia milenares. Sempre esteve ligada à expressão de povos, não só em objetos utilitários, mas também como representação de suas subjetividades. Hoje está na moda, muito por causa de uma luta da geração anterior. Quando começamos a trazê-la para a arte contemporânea, ela não era muito aceita, era considerada uma arte menor. Hoje, é inquestionável”, relembra.
Em O oco da mão, a artista propõe uma escuta sensível dos ritmos da natureza e dos gestos ancestrais que moldam o mundo. Sua obra convida o público a pensar o tempo não como linha, mas como ciclo onde tudo se transforma, dissolve e recomeça.
Da redação
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