Restaurantes de bairros residenciais: consumo cresce nas capitais
Refeições presenciais em restaurantes ficaram restritas durante muito tempo, em razão das medidas de isolamento social, impostas pelo coronavírus. Com a atual retomada do funcionamento em algumas regiões do país, nota-se uma mudança no comportamento dos clientes: os restaurantes localizados próximos às áreas residenciais têm registrado aumento no movimento, enquanto os que ficam em áreas comerciais sinalizam redução do consumo. A tendência foi apontada por um levantamento realizado pela Sodexo Benefícios e Incentivos, que administra vales-refeições em todo país.
O comportamento foi identificado na maioria das capitais brasileiras: Brasília (DF), São Paulo (SP), Rio Branco (AC), Maceió (AL), Manaus (AM), Salvador (BA), Fortaleza (CE), Vitória (ES), Goiânia (GO), São Luís (MA), Belo Horizonte (MG), Campo Grande (MS), Cuiabá (MT), João Pessoa (PB), Recife (PE), Teresina (PI), Curitiba (PR), Rio de Janeiro (RJ), Natal (RN), Porto Velho (RO), Porto Alegre (RS), Florianópolis (SC) e Aracaju (SE). A alta adesão pelas empresas ao regime de trabalho em home office explica essa mudança.
Em Brasília, por exemplo, houve, em média, uma alta de 43,33% no consumo entre os principais restaurantes de bairros residenciais. A queda no movimento de restaurantes localizados em áreas comerciais foi de 52,57%. Regiões administrativas como Samambaia, Águas Claras, Gama, Sobradinho e Guará tiveram aumento no faturamento dos restaurantes. Já em regiões como Asa Sul, Asa Norte e Taguatinga houve queda na média geral de consumo dos restaurantes.
No sul do país, em Curitiba esse movimento se repete, a queda nos restaurantes em regiões comerciais foi de 61%, em média. Já os restaurantes de bairro apontaram alta de 22%, em média, no consumo. Na região norte, em Manaus as operações em regiões de comércio caíram 53,4%, em média. Restaurantes mais próximos de residências registraram aumento de 57,8% no movimento. Os números também chamam atenção em São Luís, 112% de crescimento no movimento de restaurantes localizados próximos às regiões residências e 49% de queda no consumo dos restaurantes em áreas comerciais.
A especialista em competitividade do Sebrae, Mayra Viana, explica que esse comportamento é devido às inúmeras pessoas que estão trabalhando em casa. “Mesmo com a retomada de alguns negócios, ainda há muitas pessoas realizando trabalho remoto, em um home-office adaptado, conciliando as atividades profissionais com os afazeres no lar. Diante disso, muitas vezes, o delivery ou a retirada de alimentos nas proximidades da residência se torna uma opção viável e atrativa, que contribui com a conveniência nas refeições domésticas”, afirma.
Solução
Segundo a analista, os estabelecimentos comerciais que estão sofrendo com a queda no movimento podem tomar algumas iniciativas para reverter a situação. “É necessário atrair a atenção do cliente, com ofertas diferenciadas combinadas a um serviço de entrega. Ainda que se trate de um bairro comercial, muitas vezes há moradias próximas, e isso abre oportunidade para conquistar um consumidor da região que não necessariamente tinha o hábito de consumir no local”, indica.
A analista de inovação do Sebrae Hulda Giesbrecht alerta sobre a oportunidade de desenvolver a presença digital como estratégia para reverter a queda nas vendas dos restaurantes. “A pandemia expôs a necessidade de qualquer negócio ter presença nas redes sociais. É uma forma de se manter próximo ao consumidor, mesmo com as normas de distanciamento social.
Jornada de aceleração
Atento a isso, o Sebrae lançou uma jornada de aceleração para aqueles empreendedores que precisam turbinar ou iniciar sua participação no mundo online. O UP Digital é uma imersão de dez dias onde são apresentadas as principais técnicas e ferramentas usadas para desenvolver marketing e vender na internet. São formados grupos com até 15 empresas, para aprender e compartilhar experiências. As turmas possuem mentoria de um consultor e são realizados atendimentos individuais que mostram os recursos das principais redes sociais e plataformas de vendas online”, indica Hulda.
Hulda afirma que o UP Digital foi lançado durante a pandemia, justamente pela necessidade identificada em muitos empresários que nunca venderam online ou ainda não mantém uma frequência nas redes sociais. “O Sebrae percebeu que muitos negócios, mais tradicionais, tais como padarias, confeitarias, restaurantes, oficinas mecânicas, pet shops possuem a dinâmica de receber o cliente apenas presencialmente e por isso ainda não haviam aderido aos serviços online.
O UP Digital foi desenvolvido como solução rápida e dinâmica para esses empreendedores. A jornada conta com um diagnóstico personalizado para cada empresa, por meio do qual são direcionadas as estratégias adequadas a cada caso. Já atendemos cerca de mil empresas e o retorno tem sido muito positivo”, explica.
Da redação