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O COLORIDO E EXCÊNTRICO OCIDENTE

Foto: Reprodução

Publicado em 02/09/2015

Quando falamos em cozinha oriental, logo vem à cabeça um buffet de sushi. Uma imagem imediata e absolutamente errada! Mas antes de falar dos sabores, temos que definir o que é Ocidente e onde é Oriente, aliás, os vários orientes! Soa incorreto delimitá-los geograficamente pelos meridianos, pois, assim, a maioria da Europa seria oriental por ficar a leste do Meridiano de Greenwich.

Alguns historiadores consideram Oriente e Ocidente pela religião predominante: Oriente = muçulmanos e budistas, e Ocidente = cristãos e judeus. Temos, assim, o Egito africano e oriental, e Israel, mais ao leste, asiático e ocidental. Prefiro pensar gastronomicamente sobre essa separação, mais definida e mais confusa também! Do Oriente vieram os condimentos que movimentaram economicamente um período da história, tanto que, no século V, o general Alarico, um visigodo, exigiu um resgate de três toneladas de pimenta para libertar Roma do domínio de seus exércitos.

As grandes navegações ganharam força com a busca de um caminho para a Índia e das especiarias orientais: a canela do Ceilão, a nós moscada das Ilhas Molucas, o cravo da Indonésia, o ópio, o gengibre e, principalmente, a pimenta do reino do norte da Índia. Partindo do Oriente Médio, que vem desde o Marrocos, no Atlântico, temos o grão de bico, a romã, as favas e o pinoli, combinados com o zathar, o sumac e a pimenta síria dando sabor à riquíssima cozinha que encanta o mundo, perfumada com tomilho, hortelã e salsinha, as ervas da culinária árabe.

Mais ao leste temos a Índia, um país com mais de um bilhão de habitantes e inúmeras famílias, cada uma com seu tempero característico, a sua massala, um termo genérico para descrever a mistura de ervas e especiarias. Ela é um segredo passado de geração para geração temperando pratos como o frango Tandoori, um simples frango, aos pedaços, refogado na manteiga ghee, cozido no iogurte e temperado com a massala típica da família.

Seguindo pelo Oceano Índico, chegamos a uma profusão de ilhas, sabores, culturas, povos, receitas, coentro e pimenta, muita pimenta. Pimenta por vezes domada pelo leite de coco e outras reforçada por outras especiarias. Esse mesmo mar oriental que banha tantos sabores, banha a Austrália que é o mais ocidental dos países orientais e tem na sua gastronomia uma sobremesa presente em muitos cardápios ocidentais: a pavlova, um merengue com nata batida e frutas frescas que muitos de nós fazemos alguma versão dela sem saber o seu nome e sua origem, chamamos simplesmente de morango com merengue!

Pelo tamanho de seu território e de sua gastronomia fica impossível falar da cozinha da China em poucas linhas. Em poucas linhas também é difícil de falar dos sabores do Japão, mesmo se me ativer somente as gamas, cores e sabores dos peixes crus. Para resumir a gastronomia nipônica, nada melhor que ilustrar com a caixa de sushis e sashimis que, se você estiver em Nova Iorque, a capital do Ocidente, o restaurante Nobu pode entregar em sua casa para festejar tudo que os sabores do Japão representam hoje no mundo.