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Dia dos Pais: a origem

Foto: Reprodução

Publicado em 02/08/2018

Diz a lenda que a origem do Dia dos Pais é muito anterior a nossa era atual. Diferente das demais datas comemorativas, que foram criadas para ajudar o comércio, o Dia dos Pais já era comemorado na antiga Babilônia! Conta-se que um jovem chamado Elmesu teria moldado em argila o primeiro cartão de homenagem que se tem notícia.

Ele era destinado ao rei babilônico Nabucodonosor, seu pai, e desejava nele sorte, saúde e longa vida! A partir daí tornou-se uma festa, inspirando vários países do mundo moderno a criar datas em homenagem aos pais, sempre com algum evento que o justificasse. Na verdade, existem algumas outras versões mais contemporâneas sobre a origem da celebração.

Uma diz que a data foi consolidada para presentear os pais, por uma associação de comerciantes de roupas masculinas de Nova York, em parceria com a indústria de cartões comemorativos. Tudo isso aconteceu durante a Grande Depressão, considerada o pior e o mais longo período de recessão econômica do século XX e que perdurou de 1929 até o início da Segunda Guerra. E, por essa crise, os lucros estavam bem abaixo do esperado.

Chega a ser constrangedor ter no comércio a origem de todas as homenagens às pessoas que amamos, mas o marketing domina o mundo desde o início, desde o tempo que marketing não tinha esse nome, e os shoppings eram as florestas. Entretanto, apesar de a tradição de “homenagear” ter surgido com o intuito de vender mais presentes, prefiro me ater a versões mais românticas.

Como a de uma moça de Washington chamada Sonora Louise Smart Dodd, que, enquanto distribuía cravos brancos em homenagem ao Dia das Mães nos idos anos 1909, uma tradição para esse dia, lembrou do grande homem que foi seu pai. Sonora era órfã, sua mãe morrera durante um parto, e seu pai, Willian Smart, um veterano da Guerra Civil, assumiu bravamente a criação dos seis filhos. Por que todas as atenções e reconhecimento dados às mães não eram compartilhados com os pais?

Sonora começou a fazer campanha para promover a criação da data com o apoio da YMCA, um clube de moços, além de algumas entidades religiosas. Assim, em 19 de junho de 1910, foi realizado o primeiro culto em homenagem aos pais, que aos poucos foi se tornando uma tradição país afora. Em 1924 o presidente Calvin Coolidge apoiou a ideia de um Dia dos Pais Nacional, e Lyndon Johnson proclamou o terceiro domingo de junho para homenagear esses pais guerreiros.

Mas só em 1972, por um decreto de Richard Nixon, o Dia dos Pais foi oficializado e, Sonora, dois anos depois, foi homenageada por essa inspiração. Os cravos brancos usados para homenagear as mães foram substituídos por rosas vermelhas para celebrar os pais vivos, e as brancas dedicadas aos falecidos. No Brasil, a primeira iniciativa, como não poderia deixar de ser, foi um comercial organizado pelo Jornal O Globo com o objetivo de angariar anunciantes e implementar o faturamento.

Mas foi em 1955 que, com a união de algumas empresas de comunicação da época, foi organizado um concurso de Dia dos Pais, em São Paulo: foram premiados o pai mais velho, com 98 anos, o mais novo, com 16 anos, e o que tinha mais filhos: 31!

Afinal, o dia de São Joaquim, 16 de agosto, foi oficializado como a data do Dia dos Pais. São Joaquim é identificado no catolicismo como Heli, avô de Jesus, e alguns países adotam a data comemorativa no dia de São José, pai de Jesus!

Para facilitar a comemoração, deslocaram a data para o segundo domingo de agosto, um dia para festejar e brindar com a mesa farta, com a cozinha caseira e brasileira que tanto nos faz sorrir. Dia dos Pais em casa era dia de vatapá com arroz de coco!

Mas o clássico era mesmo o cuscuz paulista, o original, com sardinha em latas e muito carinho! 

Lá vai:

Prepare uma forma com buraco no meio: enfeite com ovos cozidos em metades, filés de sardinhas (da lata) bem limpinhos, ervilhas cozidas, palmitos em cubos. Use toda a sua inspiração.

Em uma panela larga e de fundo grosso, refogue em meia xícara de azeite, quatro dentes de alhos picados e uma cebola em tiras, até ficar tudo macio. Junte três xícaras de tomates pelados picados grosseiramente e duas xícaras de caldo de legumes bem perfumado. O colorau pode ajudar a colorir ainda mais esse prato, uma colher basta.

Quando levantar fervura, adicione cenouras e palmito pupunha em cubinhos, ervilhas frescas e azeitonas verdes as metades e deixe cozinhar até os legumes ficarem ao dente.

Junte um quilo de sardinhas, isto é, o conteúdo de quatro latas de sardinhas no molho de tomate, e misture sem quebrar muito os filés. Acrescente uma xícara de cheiro verde picado como faziam nossas avós e coloque lentamente a farinha de milho, no máximo meio quilo, prestando sempre atenção para deixar a mistura bem úmida.

Acerte sal e a pimenta ao gosto da família.

Coloque tudo na forma já muito bem enfeitada, pressione e deixe amornar. Desenforme e sirva como quiser. Até com molho de tomates e camarões, como era na minha casa!

Feliz Dia dos Pais!