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Comida salgada?
Fique atento aos perigos do “sal a gosto”

Um quarto do sódio consumido durante o dia é proveniente do sal adicionado durante ou após o preparo dos alimentos (Foto: Reprodução)

Publicado em 20/04/2019

É muito comum encontrar a orientação “sal a gosto” em uma receita. No entanto, é preciso tomar cuidado com a quantidade adicionada em uma preparação, pois muitas vezes o “a gosto” ultrapassa o limite de 5 gramas recomendado pela Organização Mundial da Saúde para consumo diário. “Ao menos 2g desse valor está presente naturalmente nos alimentos. O restante é proveniente do sal adicionado à comida. O brasileiro, no entanto, consome cerca de 12g de sal por dia, que equivale a 2,5 vezes a mais do que o recomendado”, explica a nutricionista doutora Márcia Gowdak, responsável pelo Departamento de Nutrição da Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH).

“Estudos da Sociedade Brasileira de Cardiologia e da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF 2008-2009) apontam que a maior parte do sódio consumido diariamente é proveniente do sal de cozinha, sendo que até um quarto deste sal é adicionado à comida durante o preparo¹”, ressalta a nutricionista doutora Márcia Gowdak. O excesso de sódio, principal componente do sal de cozinha, pode aumentar os riscos de doenças cardiovasculares, como AVC (Acidente Vascular Cerebral) e hipertensão arterial. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia, mais de 30 milhões de brasileiros possuem a pressão arterial elevada.

Em contrapartida, as indústrias assinaram um acordo com a Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (ABIA), criando metas de redução de sódio nos produtos. “Esse acordo vêm cumprindo um papel importante, sendo que as indústrias hoje já oferecem opções de temperos e caldos com redução de até 30% de sódio”, afirma a nutricionista. “Para evitar o consumo exagerado, algumas dicas simples como retirar o saleiro da mesa e respeitar as indicações de uso podem ajudar. O importante é diminuir a quantidade usada aos poucos e deixar o paladar se acostumar”, finaliza a especialista.

Da redação