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Vacinação em crianças: Esclarecimento sobre a morte cardíaca súbita

Foto: Reprodução/Internet

Publicado em 28/01/2022

A Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (SOBRAC) emitiu recentemente uma nota assinada por sua presidente, Dra. Fátima Dumas Cintra, esclarecendo sobre a  vacinação contra a Covid-19 em crianças e a morte súbita cardíaca.

A morte cardíaca súbita é incomum em crianças, com ocorrência estimada entre menos de um a 10 casos por 100 mil crianças por ano. As causas são diversas e incluem doenças congênitas do coração, cardiomiopatias, canalopatias, síndrome de Marfan, anomalias de artéria coronária, vias acessórias de condução elétrica, dentre outras.

Recentemente, o Sistema de Vigilância Epidemiológica de Eventos Adversos Pós-Vacina foi notificado sobre uma criança de 10 anos que evoluiu com uma parada cardiorrespiratória depois de 12 horas da vacinação. Após investigação do caso, foi concluído que o paciente apresentava síndrome de Wolff-Parkinson-White, sem relação causal com a vacinação.

A Síndrome de Wolff-Parkinson-White é caracterizada pela presença de uma ou mais vias acessórias para a condução do estímulo elétrico cardíaco, que pode predispor a arritmias cardíacas graves e fatais. As manifestações clínicas são variáveis, desde pacientes totalmente assintomáticos, com palpitações leves e desmaios, até a ocorrência de morte cardíaca súbita como primeira manifestação da doença. Dessa forma, a constatação de um eletrocardiograma com padrão típico de pré-excitação ventricular exige a adequada estratificação de risco e, se necessário, a instituição do tratamento apropriado para se evitar suas consequências catastróficas.

Felizmente, a ocorrência da síndrome é baixa na população, variando entre 0,1 a 0,3%, e o risco estimado de morte súbita no paciente acometido é aproximadamente 1/1000 pessoas/ano.

Assim sendo, até o momento, a Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (SOBRAC), não vê uma justificativa científica para a interrupção do esquema vacinal contra a Covid-19 no nosso país, e salienta a importância da utilização do eletrocardiograma de 12 derivações em crianças e adolescentes com suspeita clínica de anormalidades arrítmicas.

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Sobre o autor

Dr. Jamil Mattar Valente

Médico cardiologista e responsável pela coluna de medicina preventiva do Jornal Imagem da Ilha


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