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Sinais de que o corpo não vai bem podem começar na boca
Variação hormonal propicia surgimento de inflamações que podem levar a vários problemas, como infertilidade, partos prematuros e, em alta incidência, câncer de mama

De acordo com a pesquisa, há uma prevalência de casos de doenças periodontais entre as mulheres em diversas etapas da vida, como puberdade, período menstrual, gravidez e menopausa. (Foto: Reprodução/Internet) **Clique para ampliar

Publicado em 21/10/2022

Outubro acende o alerta para a saúde da mulher. Mas as tão faladas alterações hormonais afetam o sistema imunológico e o corpo das mulheres como um todo. Por isso, além das consultas periódicas ao ginecologista, também é preciso prever uma rotina de cuidados com outras especialidades, algumas não tão relacionadas aos hormônios, como dentistas. Pode ser na boca que apareçam os primeiros sinais de que algo não vai bem na saúde da mulher. 

A periodontite, que é uma infecção grave na gengiva e ossos que sustentam os dentes, por exemplo, pode ser um potencial fator de risco para o desenvolvimento de câncer de mama. Como diversos tumores podem ser formados a partir de processos inflamatórios, uma pesquisa revelou que a doença bucal pode ser um fator de risco para o surgimento do câncer mais comum entre mulheres. O alerta veio de uma meta-análise realizada por um grupo de especialistas com base em 11 estudos epidemiológicos e publicada na revista Frontiers in Oncology.

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De acordo com a pesquisa, há uma prevalência de casos de doenças periodontais entre as mulheres em diversas etapas da vida, como puberdade, período menstrual, gravidez e menopausa. Isso acontece porque a constante variação de hormônios propicia o surgimento de inflamações. O estudo aponta uma relação entre a doença periodontal e o desenvolvimento de várias doenças, como distúrbios de infertilidade, complicações na gravidez, partos prematuros e, em alta incidência, o câncer de mama. 

Cuidados em todas as fases

Sendo assim, o cuidado com a saúde bucal e o tratamento rápido de qualquer inflamação e outros problemas na boca são medidas efetivas para prevenir e detectar precocemente diversas doenças. “Mau hálito e inflamação na gengiva, que pode ser percebida através do sangramento durante a escovação dos dentes, dor e coloração mais escura, são alguns dos sinais e devem ser tratados com urgência”, ressalta o dentista especialista em Saúde Coletiva, João Piscinini. E isso deve ser feito em todas as fases da vida da mulher.

Durante a gestação

Contrariando algumas crenças, grávidas devem sim manter a rotina de saúde bucal e consultar dentistas com frequência, seguindo o pré-natal odontológico. Durante a gestação, cerca de 30% das mulheres têm gengivite, como indica um estudo realizado pelo Departamento de Odontologia Preventiva do Hospital da Universidade Estadual de Lagos, na Nigéria. 

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Além das consequências para a mãe, a doença também pode causar complicações na criança. “Parto prematuro e baixo peso ao nascer são consequências da gengivite apontadas por diversos estudos, já que é um processo inflamatório que, assim como muitos outros e em qualquer parte do corpo, pode trazer riscos à criança”, explica Piscinini.

Atenção ao rosto e, também, à boca

Aftas, pequenos cortes e bolhas na região bucal são sinais que devem ser tratados com seriedade e atenção. Essas patologias podem ter relação direta com a imunidade baixa, alteração hormonal e, também, com o câncer de boca. As características iniciais da doença são parecidas com essas feridas comuns. “É ideal acompanhar qualquer tipo de lesão por aproximadamente 15 dias e, caso não haja melhora, um profissional deve ser procurado”, alerta o especialista João Piscinini.

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Além disso, as idas a dermatologistas ou cirurgiões plásticos também devem ser acompanhadas por profissionais da odontologia. Com o aumento da procura por procedimentos estéticos, como o preenchimento labial, a observação periódica da região bucal é ainda mais necessária. “Nem todos podem realizar essas intervenções estéticas. Pessoas com doenças crônicas, inflamações e alergias devem passar por uma avaliação criteriosa do dentista, já que o risco de complicações aumenta”, comenta Piscinini.

Da redação

 

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