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Dia do Coração: um alerta para doenças cardiovasculares
Data acontece nesta quinta-feira, 29

Uma das doenças mais prevalentes em todo o mundo é a hipertensão arterial sistêmica (Foto: Reprodução/Internet) **Clique para ampliar

Publicado em 29/09/2022

Desde o ano 2000, o dia 29 de setembro vem sendo comemorado em todo o mundo como o Dia do Coração. O objetivo principal  é divulgar a importância dos cuidados com o coração e a prevenção de doenças cardiovasculares.

Entre as doenças cardiovasculares, uma que está entre as mais prevalentes em todo o mundo é a hipertensão arterial sistêmica.

Baseado em dados estatísticos, no Brasil cerca de 40% a 45% dos adultos têm pressão arterial maior do que 140 por 90 mm de mercúrio ou estão sendo tratados com medicamentos anti-hipertensivos. Cerca de 70% a 80% das pessoas portadoras de hipertensão estão cientes que são portadoras da doença, e cerca de 70% delas estão recebendo tratamento conservador ou medicamentoso.

Todavia, dados da literatura em todo o mundo mostram que, entre as pessoas com diagnóstico de hipertensão e que estão recebendo o tratamento, apenas 50% delas estão adequadamente controladas. Baseados nisso, já podemos deduzir a importância que existe nestas campanhas de divulgação do controle da pressão arterial.

E, com este objetivo, o Dia do Coração é também utilizado para conscientizar as pessoas sobre o tratamento da hipertensão arterial sistêmica e a prevenção das complicações que esta doença pode causar. As pessoas portadoras de hipertensão arterial, se não controladas adequadamente, podem evoluir com hipertrofia do músculo cardíaco, seguida de dilatação do coração e insuficiência cardíaca. Outros órgãos-alvo afetados pelo mau controle da hipertensão arterial são os rins, as artérias e arteríolas, a retina e o cérebro.

A hipertensão arterial sistêmica mal controlada é uma grande responsável por casos de insuficiência renal, muitos deles tendo que ser encaminhados para hemodiálise ou transplante renal, doença arterial ateromatosa que pode causar infarto agudo do miocárdio ou acidente vascular cerebral isquêmico, acidente vascular cerebral hemorrágico e lesões nos vasos da retina.

A morbidade e a mortalidade cardiovascular aumentam de acordo com o grau de descontrole da pressão arterial tanto sistólica quanto a pressão diastólica. Todavia, em indivíduos acima de 50 anos de idade, a pressão sistólica e a pressão de pulso que é a diferença entre a pressão sistólica e a diastólica, são melhores preditores de complicações cardiovasculares do que a pressão diastólica.

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A prevalência da hipertensão arterial aumenta com a idade e ela é mais comum nas pessoas de cor negra do que nas pessoas de cor branca. O controle adequado da pressão arterial reduz a incidência de infarto agudo do miocárdio em torno de 20 a 25%, acidente vascular cerebral em torno de 30 a 35% e insuficiência cardíaca em torno de 50%.

Deixamos aqui um importante recado a todos: meçam a pressão arterial com regularidade e procurem um médico em caso de suspeita de pressão alta. Pode-se considerar como portadores de pressão elevada, aqueles com pressão sistólica frequentemente acima de 135 mmHg ou de pressão diastólica acima de 85 mmHg.

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Sobre o autor

Dr. Jamil Mattar Valente

Médico cardiologista e responsável pela coluna de medicina preventiva do Jornal Imagem da Ilha


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