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Como a alimentação pode influenciar a qualidade do sono?

Hábito alimentar ruim e excesso de gordura corporal, especialmente no abdome e na região do pescoço, podem favorecer obstrução da via aérea, dificultando o sono restaurador ( Foto: Reprodução/Internet)

Publicado em 04/03/2022

Há um mecanismo chamado ciclo circadiano, também conhecido por relógio biológico. É ele que regula o sono e o apetite, duas reações do organismo intimamente ligadas. Por isso, a alimentação pode ter sim influência direta no sono e o que se ingere durante o dia, principalmente antes de dormir, pode ter um papel muito importante para uma noite de sono de boa qualidade.

“É necessário evitar, pelo menos duas horas antes de dormir, refeições volumosas e grandes quantidades de líquidos. Também alimentos de digestão lenta e gordurosos. Bebidas gaseificadas, cafeinadas, como café, chá preto ou verde. Além dos alimentos apimentados”, comenta Lunara da Silva Freitas, nutricionista, professora e Doutora em Ciências pelo InCor/FMUSP.

Lunara ainda explica: “A alimentação é fundamental para que tenhamos um sono mais saudável e, ao ignorar essa relação, estamos comprometendo de forma importante todo o funcionamento do nosso corpo. A princípio, temos uma relação importante a ser trabalhada: obesidade e sono. A obesidade apresenta múltiplas causas, é uma condição bastante complexa. Mas o que podemos de fato afirmar é que a obesidade pode, de forma direta ou indireta, comprometer a saúde do sono.” Apesar de não ser estabelecida uma relação causal, obesidade e privação de sono parecem estar relacionadas.

“O hábito alimentar ruim e o excesso de gordura corporal, especialmente no abdome e na região do pescoço, podem reduzir o espaço de passagem do ar pelas vias aéreas, favorecendo distúrbios como por exemplo, a apneia obstrutiva do sono”, completa a nutricionista.

Apesar da relação do sono com a má alimentação ser multifatorial, a apneia do sono é um distúrbio relacionado à piora da qualidade de vida e do sono, além de problemas de saúde como hipertensão, diabetes e doenças cardiovasculares. A apneia deve ser investigada e tratada nos casos moderados e graves. No Brasil, estudo publicado em 2019 mostrou que a prevalência da apneia obstrutiva do sono em adultos entre as idades de 30 a 69 anos pode chegar a 49,7% da população, de acordo com uma das medidas utilizadas no estudo.

Alguns sinais que podem indicar a presença do distúrbio são: ronco, cansaço diurno constante, dificuldade de concentração, dores de cabeça matinais, humor depressivo, falta de energia, esquecimento ou hábito constante de acordar para ir ao banheiro.

Uma vez que a apneia do sono é diagnosticada, o tratamento mais comumente indicado é a adoção regular do CPAP (pressão positiva contínua nas vias aéreas). 

Fonte: ResMed

Da redação

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