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Patchwork transforma arquitetura açoriana em arte poética
A mostra revela sete casarões históricos em técnica Foundation de Patchwork e Quilting, com entrada gratuita no SESC Cacupé

Sete casarões históricos de Florianópolis ganham nova vida em tecidos na coleção 'Casas Açorianas', com estreia no 12º Floripa Quilt. (Foto: Divulgação)

Publicado em 30/04/2025

Um vilarejo poético criado em tecido, onde cada casa é um conto costurado à mão. Essa é a definição da coleção Casas Açorianas, que será lançada pelo Ateliê Papos e Panos com uma exposição inédita no 12º Floripa Quilt – Festival de Patchwork & Arte Têxtil. O evento será realizado de 30 de abril a 3 de maio no SESC Cacupé, em Florianópolis, com entrada franca. 

Sete casarões representativos da arquitetura açoriana em Florianópolis estão reproduzidos em arte têxtil a partir das técnicas Foundation de Patchwork, que utiliza moldes estruturados para encaixar pequenos retalhos de tecido com precisão e formar desenhos realistas, e Quilting, o trabalho de costura que une e decora as camadas do tecido da peça no qual a agulha da máquina assume o papel de lápis da artista. 

São edificações tradicionais de grande valor cultural e histórico existentes nos bairros Sambaqui e Santo Antônio de Lisboa – berços da colonização açoriana na Ilha de Santa Catarina: a Galeria do Sambaqui, a Casa das Artes, a Casa dos Açores, a Igreja Nossa Senhora das Necessidades, o Engenho dos Andrade e a Villa do Porto e o Casarão das Rendeiras - sede da Associação do Bairro Sambaqui.

“Florianópolis abriga uma das mais bem preservadas arquiteturas açorianas do Brasil, um legado vivo que resiste ao tempo. Foi desse encantamento que nasceu esta coleção: um desejo de eternizar, em tecido, aquilo que a cidade preserva em suas ruas”, afirma Bianca Horn, idealizadora da coleção Casas Açorianas. A materialização das peças acontece pelas mãos e talento da artesã Lizete Schneider Horn, mãe e sócia de Bianca à frente do Ateliê Papos e Panos, que foi fundado por elas em 2020 no Rio Grande do Sul e logo extrapolou as fronteiras do país pela atuação digital, com a oferta de cursos e de moldes exclusivos.  

Com mais de uma década de dedicação à arte, Lizete é especialista em técnicas como crochê, tricô, bordado, desenho, pintura, frivolité e macramê — mas é no patchwork que encontra a sua maior paixão. Ela faz questão de compartilhar esse amor pela técnica em cursos, projetos e moldes autorais, que são comercializados pelo ateliê no Brasil e no exterior. “Sinto que, mais do que uma arte, o patchwork é uma filosofia de vida. Nada se perde, tudo é aproveitado e transformado. Vou juntando retalhinhos, aprendendo a ver beleza no que sobra, e esse conhecimento vem da minha bisavó, da minha avó, da minha mãe... e eu tento passar adiante", afirma a artista têxtil e professora.

Arquitetura têxtil: democratização da técnica

Inspiradas por essa herança e pela simbologia das colchas de retalhos — que atravessam gerações e fortalecem vínculos afetivos — mãe e filha abraçaram de forma poética a ideia da arquitetura têxtil. Nesse universo de cursos e moldes, casas, vilarejos e refúgios nascem do encontro entre linhas, tecidos e memórias costuradas à mão pelas alunas, “arquitetas têxteis” de suas próprias criações. 

O primeiro projeto foi o Colcha de Casinhas, quando começaram a costurar as cidades de tecido, alinhavando blocos que representam afetos, lembranças e paisagens. Do primeiro ponto ao último retalho, cada aluna é convidada a construir a sua própria colcha e dar vida à sua cidade interior. Dessa experiência nasceram as coleções Vila Germânica – com moldes de casas inspiradas na técnica construtiva enxaimel – e a coleção Vila Açoriana, que conta com sete moldes para a criação de fachadas encantadoras inspiradas nas tradicionais casas açorianas por artesãs a partir da técnica Foundation de Patchwork. “Construímos memórias com linhas e retalhos, mas também com olhares e interpretações, tecendo um elo entre memória, arte e arquitetura”, diz Bianca. 

 

 

 

Da redação

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