Cadeira Louis Ghost: o móvel de design mais vendido da história
Obra-prima do início do milênio, que completa 20 anos, a peça transparente tem como inspiração uma poltrona do século XVII; entenda por que ela faz tanto sucesso
Uma das peças de mobiliário mais celebradas do século XXI completou 20 anos. Assinada pelo designer francês Philippe Starck, a cadeira Louis Ghost é, na realidade, uma interpretação da poltrona Luís XV, criada na corte francesa no século XVII e reconhecida como um símbolo do requinte da nobreza europeia em todo o mundo.
Na Louis Ghost, a irreverência característica do trabalho de Starck atinge seu ápice. Ele queria desenvolver uma cadeira de plástico com identidade própria, que não fosse mais um modelo genérico, porém sem deixar de lado uma das qualidades mais atraentes nesse tipo de produto: a facilidade de fabricação em larga escala e com baixo custo. Ele resgatou um clássico, atualizou levemente seus contornos barrocos e desmaterializou a peça, transformando-a num corpo inteiramente feito de policarbonato incolor. A proposta deu tão certo que ela se tornou um dos itens mais vendidos pela Kartell, marca detentora dos direitos legais sobre a peça. Segundo a empresa, trata-se da cadeira autoral mais vendida do mundo – a soma ultrapassa 1,5 milhão de unidades.
O grande trunfo da Louis Ghost é a leveza visual: a peça deixa os ambientes mais fluidos porque não oferece barreiras para o olhar e, por isso, se torna uma ótima alternativa em espaços pequenos. Seu design contemporâneo, nascido de uma referência vintage, faz com que o móvel case bem com diferentes estilos de decoração, do minimalismo ao maximalismo. Depois do lançamento da cadeira incolor em 2002, surgiram versões em tons de vermelho, amarelo, azul e branco. A peça também ganhou alguns filhotes, como a cadeira Victoria Ghost (sem braços) e os bancos Charles Ghost, lançados em 2005.
Para esse ensaio comemorativo dos 20 anos da Louis Ghost, a Kartell fez uma collab com Patrick de Bana. Ele criou o dueto Marie Antoinette Reloaded, inspirado em seu balé Marie Antoinette, no Teatro alla Scalla, em Milão (Itália) (Fotos: Divulgação Kartell)
Reunimos uma seleção de ambientes que provam como a criação de Philippe Starck é eclética. Os projetos são assinados pelos escritórios da arquiteta Carina dal Fabbro, da arquiteta e designer de interiores Cristiane Schiavoni e da dupla Giselle Macedo e Patrícia Covolo, da Macedo e Covolo Arquitetura.
Transparência na sala de jantar
Combinada com as cadeiras Louis Ghost, a mesa de jantar de madeira, de linhas básicas, assume um ar moderno no projeto da Macedo e Covolo Arquitetura (Foto: João Ribeiro)
Este projeto da arquiteta Giselle Macedo e da designer de interiores Patrícia Covolo, da Macedo e Covolo Arquitetura, mostra uma ótima parceria entre a mesa de jantar de madeira e um conjunto de cadeiras de policarbonato incolor Louis Ghost. Enquanto um material aquece o ambiente, o outro contribui com sua transparência. As cadeiras favorecem a passagem da luz natural proveniente da janela (ao fundo) e entram em sintonia com a atmosfera clean que a marcenaria branca proporciona ao espaço.
Tudo azul na cozinha
A arquiteta Cristiane Schiavoni adotou um tom de azul intenso para a mesa de refeições e os nichos na marcenaria sem receio de tornar o visual da copa carregado. O segredo, além do equilíbrio nas proporções do projeto, está no uso das cadeiras Louis Ghost em versão transparente. A opção pela presença quase imaterial das peças fez toda a diferença no visual do ambiente.
Copa com um ar divertido
Num ambiente casual como a copa, o quarteto de cadeiras Victoria Ghost, peça que faz referência ao antigo modelo medalhão, cria uma atmosfera atemporal. O escritório Macedo e Covollo optou pela versão branca do móvel (Foto: Evelyn Muller)
Por ficar numa área de passagem para a cozinha e a sala de brinquedos, esta copa precisava de móveis que favorecessem a circulação. A arquiteta Giselle Macedo e a designer de interiores Patrícia Covolo, do escritório Macedo e Covolo, escolheram as linhas sinuosas da mesa Saarinen e as formas enxutas da cadeira Victoria Ghost. A peça de policarbonato branco formou um conjunto charmoso com o piso gráfico p&b e o papel de parede romântico, aplicado no fundo do armário planejado. “O design moderno e divertido da cadeira deu graça ao décor”, explica Patrícia.
As profissionais ressaltam que a Victoria Ghost fica perfeita no canto de refeições, pois é resistente e simples de limpar, além de funcionar como peça-curinga. Ela poderia ser levada para outro ambiente ou ser usada junto a outras cores tranquilamente.
Para se maquiar ou fazer um penteado
Neste projeto de Carina Dal Fabbro, a cadeira Victoria Ghost é uma boa companhia para a penteadeira porque não compete com o visual do móvel e, como não tem braços na lateral, proporciona liberdade de movimentos na hora da maquiagem (Foto: Rafael Renzo)
Com duas penteadeiras e todos os enfeites típicos de um quarto de meninas, este projeto corria o risco de ter informação visual em excesso. Por isso, a arquiteta Carina Dal Fabbro apostou na dupla de cadeiras Victoria Ghost para propiciar conforto e um toque lúdico ao ambiente compartilhado por duas irmãs, sem que isso representasse um acréscimo de detalhes ao décor.
Aqui, as cadeiras estão diante de um móvel de marcenaria laqueado de branco. Segundo Carina, mesmo que as penteadeiras fossem de madeira rústica ou peças vintage, com traços mais rebuscados, ainda assim a Victoria Ghost garantiria sutileza para a composição.
Da redação
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