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Tragédia acelera lei para o balonismo em SC

Tragédia acelera lei para o balonismo em SC
Após o acidente que matou oito pessoas em Praia Grande, o presidente em exercício da Alesc, deputado Padre Pedro Baldissera, apresentou um projeto de lei para regulamentar a prática do balonismo em Santa Catarina. (Foto: Rodolfo Espínola / Agência ALESC)

Publicado em 24/06/2025

O acidente fatal com um balão em Praia Grande, no último fim de semana, que resultou em oito mortes e 13 feridos, levou o presidente em exercício da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), deputado Padre Pedro Baldissera (PT), a protocolar um projeto de lei que propõe uma regulamentação mais rígida para a prática do balonismo no estado.

Segundo o parlamentar, mesmo antes da conclusão das investigações sobre as causas do desastre, já é possível identificar falhas operacionais e estruturais que exigem resposta imediata do poder público. “A tragédia revelou com clareza a urgência de estabelecer normas estaduais que assegurem a prática segura do balonismo. Estamos propondo medidas concretas, baseadas nas informações já disponíveis, com o objetivo de evitar que uma situação como essa volte a acontecer”, afirmou.

A proposta legislativa prevê, entre outras exigências, a realização de testes periódicos nos equipamentos de segurança, como extintores de incêndio, a instalação de sistemas de rastreamento e comunicação, a separação adequada de materiais perigosos e a obrigatoriedade de plano de voo com antecedência mínima de 24 horas para voos comerciais.

Para Padre Pedro, a medida também está aberta ao diálogo com todos os setores envolvidos na atividade. “Nossa intenção não é punir nem inviabilizar o balonismo, que tem relevância turística e econômica para o estado, mas sim criar um marco regulatório que priorize a vida. O texto está pronto para receber contribuições de especialistas, operadores, autoridades e pilotos”, destacou.

O que prevê o projeto

Entre as obrigações estabelecidas para operadoras de balonismo em Santa Catarina estão:

-Registro obrigatório junto à Defesa Civil estadual e nos municípios de operação;

-Seguro de responsabilidade civil vigente;

-Teste funcional regular de todos os equipamentos de segurança, com foco especial nos extintores;

-Comunicação ativa e permanente com a Defesa Civil;

-Equipamentos obrigatórios, como rádio comunicador, GPS, kit de primeiros socorros, extintor e paraquedas reserva (este último para voos comerciais);

-Treinamento de emergência a cada seis meses para pilotos e tripulantes.

Além disso, a proposta veda voos em condições meteorológicas adversas (com base em alertas da Defesa Civil), o transporte de inflamáveis no compartimento de passageiros e a realização de voos sobre áreas densamente povoadas sem autorização municipal e apresentação de análise de risco.

Penalidades previstas

Operadores que descumprirem as regras poderão ser penalizados com:

-Advertência escrita (para infrações leves corrigíveis em até 48 horas);

-Multa entre R$ 5 mil e R$ 50 mil, conforme a gravidade;

-Suspensão temporária da atividade (de 30 dias a 1 ano);

-Suspensão definitiva, nos casos de reincidência com risco à vida.

-Quatro instâncias de fiscalização

A fiscalização do balonismo em Santa Catarina será distribuída entre quatro órgãos:

ANAC: responsável pelos aspectos técnicos e aeronáuticos da operação;

Defesa Civil estadual: encarregada de aplicar as exigências da nova legislação, emitir alertas climáticos, manter registros atualizados e fazer vistorias trimestrais;

Corpo de Bombeiros Militar: atuará nos critérios de segurança e emergência;

Municípios: cuidarão da autorização de voos em áreas urbanas e do uso do espaço aéreo local.

Para o deputado, aprovar rapidamente o projeto seria uma forma de prestar respeito às vítimas e transformar a dor em ação preventiva. “Queremos garantir que o balonismo continue a contribuir com o turismo catarinense, mas sob parâmetros sólidos de segurança. Esse é um compromisso com a vida e com a responsabilidade pública.”

 

 

 

Da redação

Fonte: RCN

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