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Tendências perigosas: sua imagem nas mãos da IA

Especialistas alertam para riscos de segurança e privacidade no uso de plataformas de IA que transformam fotos pessoais em imagens estilizadas. (Foto: Reprodução internet)

Publicado em 09/04/2025

As tendências de transformar fotos pessoais em ilustrações ou montagens com a ajuda da inteligência artificial (IA) estão viralizando nas redes sociais. Uma das mais recentes é a geração de imagens no estilo Studio Ghibli, que imita o traço do consagrado cineasta japonês Hayao Miyazaki. Outra que vem ganhando popularidade é a trend do “action figure”, em que usuários aparecem como se fossem bonecos dentro de caixas, com acessórios personalizados.

Apesar do apelo visual e divertido dessas modas, a ESET, empresa líder em detecção proativa de ameaças, alerta para os riscos de privacidade ao compartilhar imagens pessoais nesses serviços. Além da exposição de dados sensíveis, o uso de aplicativos e sites desconhecidos pode levar ao roubo de identidade, fraudes ou instalação de malware.

“Como temos observado, a adesão a tendências virais por diversão pode ter consequências sérias caso a tecnologia utilizada seja comprometida ou opere com políticas de privacidade frágeis ou incompatíveis com as normas legais vigentes”, explica Daniel Barbosa, pesquisador de segurança.

Um exemplo dos perigos relacionados ao uso indevido de dados pessoais é o da empresa australiana Outabox, que em 2024 teve um vazamento envolvendo reconhecimento facial, biometria, assinaturas e dados de localização usados por bares e clubes. Outro caso emblemático é o da Clearview AI, que usava imagens públicas para alimentar um motor de busca facial e enfrentou diversas disputas legais ao redor do mundo.

Segundo a ESET, modelos de IA generativa dependem do acesso a grandes volumes de dados para funcionar — muitos dos quais incluem informações pessoais, sensíveis ou confidenciais. Essa coleta pode ocorrer de forma consentida (como quando o usuário sobe suas fotos em plataformas), mas também pode ser feita a partir de redes sociais ou dispositivos conectados.

Nesse contexto, a empresa reforça que é essencial estar atento ao modo como essas ferramentas operam. Avaliar cuidadosamente as políticas de privacidade dos sites ou aplicativos utilizados, entender como os dados são tratados e armazenados, e garantir que a tecnologia empregada esteja em conformidade com as legislações locais e internacionais de proteção de dados são cuidados indispensáveis. Também é importante evitar o envio de imagens sensíveis ou que possam identificar diretamente o usuário, especialmente quando não há transparência sobre o uso dessas informações.

Outro ponto de atenção é o uso de plataformas confiáveis — criminosos têm se aproveitado da popularidade dessas tendências para disseminar malwares disfarçados de geradores de imagens por IA. Por fim, é recomendado evitar o uso de imagens com direitos autorais desconhecidos, preferindo sempre conteúdos livres ou relacionados a paisagens e ilustrações neutras. “O uso responsável da IA precisa considerar não só o entretenimento, mas também a proteção das informações pessoais. Usuários, empresas e governos devem estar atentos à forma como esses dados são coletados, tratados e utilizados”, finaliza Barbosa.

 

 

 

Da redação

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