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Selic vai a 15% e mercado é pego de surpresa

Selic vai a 15% e mercado é pego de surpresa
A decisão, inesperada por parte do mercado, reflete as incertezas do cenário econômico e mantém o crédito caro.(Foto: Agência Brasil)

Publicado em 01/07/2025

Mesmo com a desaceleração recente da inflação, o Banco Central decidiu manter a política de juros elevados, refletindo as incertezas persistentes no cenário econômico. Na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), realizada neste mês, a taxa básica de juros, a Selic, foi elevada em 0,25 ponto percentual, alcançando 15% ao ano — o sétimo aumento consecutivo.

A decisão surpreendeu parte do mercado, que não esperava nova elevação. Na ata divulgada após a reunião, o Copom sinalizou que pode manter a Selic nesse patamar nas próximas decisões, mas não descarta novos ajustes se houver pressão inflacionária.

Enquanto isso, o mercado financeiro revisou para baixo a previsão de inflação para 2025. Segundo o Boletim Focus, divulgado na segunda-feira (30) pelo Banco Central, a estimativa do IPCA — índice oficial de inflação — passou de 5,24% para 5,20%. Para 2026, a projeção continua em 4,5%, e para os anos seguintes, as expectativas são de 4% em 2027 e 3,83% em 2028.

Apesar da revisão, a estimativa para 2025 ainda está acima do teto da meta de inflação definida pelo Conselho Monetário Nacional, que é de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual (entre 1,5% e 4,5%).

Dados recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que a inflação oficial de maio foi de 0,26%, abaixo dos 0,43% registrados em abril. O IPCA acumula alta de 2,75% no ano e 5,32% nos últimos 12 meses, com a energia elétrica residencial sendo o principal fator de pressão no último mês.

A expectativa do mercado é que a Selic termine 2025 ainda em 15% ao ano, caindo gradualmente para 12,5% em 2026, 10,5% em 2027 e 10% em 2028. Juros mais altos, apesar de conterem a inflação ao encarecer o crédito e estimular a poupança, também podem dificultar a retomada do crescimento econômico, ao desestimular o consumo e os investimentos.

No campo da atividade econômica, as projeções se mantêm relativamente estáveis. O mercado estima que o Produto Interno Bruto (PIB) cresça 2,21% em 2025. Para 2026, a projeção subiu levemente de 1,85% para 1,87%. Em 2027 e 2028, o crescimento esperado é de 2% ao ano.

Dados do IBGE apontam que o PIB cresceu 1,4% no primeiro trimestre de 2025, impulsionado especialmente pelo desempenho da agropecuária. Em 2024, o crescimento foi de 3,4%, o maior desde 2021, quando a economia brasileira avançou 4,8%.

Já a projeção para o câmbio indica que o dólar deve encerrar 2025 cotado a R$ 5,70, podendo subir para R$ 5,79 até o fim de 2026.

Com um cenário misto — inflação em queda, juros ainda elevados e crescimento moderado — o Banco Central permanece em uma posição delicada, tentando equilibrar estabilidade de preços e estímulo à economia.

 

 

 

Da redação

Fonte: RCN

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