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Produtos de SC ganham espaço nos EUA

A indústria catarinense enxerga nas novas tarifas um caminho para ampliar as exportações aos EUA, substituindo produtos chineses por itens locais em setores estratégicos. (Foto: Freepik)

Publicado em 27/05/2025

A indústria de Santa Catarina tem espaço para expandir suas exportações aos Estados Unidos, mesmo com a imposição de novas tarifas a produtos brasileiros. O mercado norte-americano é o principal destino das vendas externas catarinenses, e essa relação pode se fortalecer ainda mais, especialmente se for acompanhada da substituição de produtos chineses por alternativas locais. É o que aponta um estudo realizado pela Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC).

Segundo a análise, em 2023, as exportações catarinenses de itens semelhantes aos ofertados pela China aos EUA atingiram US$ 488 milhões. O economista Marcelo de Albuquerque, responsável pelo levantamento, destaca que setores como equipamentos elétricos, máquinas e equipamentos, têxteis, confecções, calçados e produtos de madeira têm grande potencial para preencher lacunas deixadas pela redução da competitividade chinesa, causada pelo aumento das tarifas.

Atualmente, os Estados Unidos aplicam tarifas mais elevadas sobre produtos chineses do que sobre os brasileiros. Essa diferença tarifária também abre espaço para possíveis parcerias entre empresas do Brasil e da China, permitindo contornar as barreiras e viabilizar exportações a partir do território brasileiro, como sugere Albuquerque.

Ameaça chinesa ao mercado brasileiro

Por outro lado, o estudo da FIESC alerta para o risco de o Brasil – e especialmente Santa Catarina – se tornarem destinos para o excedente chinês. Isso se daria caso as tarifas aplicadas pelos EUA à China, que já chegam a 145%, forcem um redirecionamento das exportações chinesas.

O levantamento estima que o Brasil poderia receber até US$ 7,46 bilhões em produtos chineses, o equivalente a 2,84% das importações totais do país, caso se concretize o cenário mais extremo. Para Santa Catarina, a projeção é de uma entrada potencial de US$ 1,33 bilhão em mercadorias chinesas.

Os setores mais expostos seriam: químicos e plásticos; equipamentos elétricos; segmentos diversos – que englobam desde produtos médicos e ópticos até brinquedos –; máquinas e equipamentos; e, novamente, têxteis, confecções, calçados e acessórios. Essa estimativa se baseia na fatia catarinense sobre o total importado desses itens no Brasil.

“Se esse cenário extremo se confirmar, veremos um aumento da competição no mercado interno e uma maior entrada de insumos para a indústria local”, observa Albuquerque.

Impacto global

A pesquisa também identifica os países mais suscetíveis à sobrecarga de produtos chineses redirecionados. O Japão lidera a lista, seguido por Alemanha e Reino Unido. O Brasil figura na 23ª posição entre os países mais afetados, mas ainda assim deve estar atento às movimentações do mercado e às estratégias para manter sua competitividade.

 

 

 

Da redação

Fonte: RCN

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