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Ansiedade silenciosa está nos consumindo?
De redes sociais ao excesso de trabalho: entenda os fatores que agravam o transtorno e o que pode ser feito para preveni-lo

A ansiedade está mais presente do que parece. Especialista explica por que o transtorno se tornou tão comum e como lidar com ele no dia a dia. (Foto: Divulgação)

Publicado em 25/05/2025

O técnico de futebol Tite anunciou uma pausa na carreira, na véspera de anunciar sua ida para o Corinthians, após uma crise de ansiedade. Seu relato sobre o assunto foi manchete em toda a imprensa e viralizou nas redes sociais, despertando uma onda de empatia e deixando evidente que todos somos vulneráveis e ninguém está imune a um colapso emocional. O transtorno de ansiedade está cada vez mais comum.

Situações traumáticas, predisposição genética, pressão constante, excesso de trabalho e insegurança pessoal são elementos que frequentemente se combinam e desencadeiam crises, diz a médica psiquiatra e professora do IDOMED, Andréia Galastri. 

A ansiedade pode ter origens diversas e nem sempre existe um gatilho evidente. “Os sinais podem surgir de várias formas: insônia, inquietação, mal-estar físico e emocional, taquicardia e tremores são alguns dos sintomas mais frequentes”, alerta. 

Como essas manifestações podem se instalar de forma sutil, a auto-observação se torna essencial. “Manter um diário de ansiedade pode ajudar a identificar padrões e compreender melhor as emoções e os contextos envolvidos”, orienta a professora.

Outro aspecto que contribui para o agravamento da ansiedade, segundo a especialista, é o uso intensivo das redes sociais. A busca por validação, a comparação constante e o esforço para sustentar uma imagem perfeita acabam elevando os níveis de estresse, sobretudo entre os mais jovens e emocionalmente vulneráveis. “As redes podem ser ferramentas positivas de comunicação, mas também se tornam espaços de pressão e insegurança”, alerta.

O ambiente de trabalho também aparece como um fator silencioso, porém impactante. Jornadas longas, instabilidade, frustrações e a falta de reconhecimento alimentam o estresse crônico. “Mais do que o trabalho em si, o que pesa é a forma como cada pessoa interpreta e reage às dificuldades”, diz Galastri.

No tratamento, a médica reforça a importância de uma abordagem integrada, que combine psicoterapia, mudanças no estilo de vida e, quando necessário, o uso de medicação. No caso do Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG), em que há alterações reais no funcionamento cerebral, os medicamentos auxiliam no equilíbrio dos neurotransmissores, enquanto a terapia promove mudanças nos padrões de pensamento e comportamento. “Não se trata de fraqueza. É uma condição clínica e deve ser encarada com a devida seriedade”, enfatiza.

Por fim, Galastri ressalta que o cuidado com a saúde mental é uma responsabilidade compartilhada. Escolas, empresas e outras organizações têm um papel importante na prevenção, ao oferecer espaços de escuta, programas de conscientização e iniciativas que promovam o equilíbrio entre vida pessoal e profissional. “Mas o primeiro passo, sempre, vem de dentro: reconhecer os sinais, pedir ajuda e permitir-se desacelerar.”

 

 

 

Da redação

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