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Participação dos EUA nas exportações despenca desde 2001

Participação dos EUA nas exportações despenca desde 2001
Participação americana nas exportações brasileiras caiu pela metade desde 2001, enquanto a China multiplicou presença em mais de 8 vezes. (Foto: Agência Brasil)

Publicado em 15/07/2025

A participação dos Estados Unidos nas exportações brasileiras caiu de 24,4% em 2001 para 12,2% em 2024, uma redução de 51%, segundo o Indicador de Comércio Exterior (Icomex), da FGV. No mesmo período, a China passou de 3,3% para 28% e se consolidou como principal parceiro comercial do Brasil.

Outros blocos também perderam espaço: a União Europeia teve queda de 44% e a América do Sul, 31%. Hoje, a participação nas exportações brasileiras é liderada por China (28%), seguida de UE (14,3%), América do Sul (12,2%) e EUA (12%).

A perda de relevância americana também aparece nas importações: em 2001, os EUA eram responsáveis por 22,7% das compras brasileiras; hoje, representam 15,5%. Já a China saltou de 2,3% para 24,2%.

Participação nas importações brasileiras em 2024:

China: 28%

UE: 18%

EUA: 15,5%

América do Sul: 10,2%

Enquanto a China concentra 96% das exportações brasileiras em apenas três produtos (petróleo, soja e minério de ferro), os EUA compram itens mais diversos: 10 produtos somam 57% das vendas, com destaque para petróleo bruto (14%), aço (8,8%), aeronaves (6,7%) e café torrado (4,7%).

Produtos como siderúrgicos, aeronaves e sucos podem ser os mais impactados pela nova tarifa de 50% anunciada pelo presidente Donald Trump, com forte dependência dos EUA:

Ferro fundido bruto: 86% vão para os EUA

Aço semimanufaturado: 72,5%

Aeronaves: 63%

Escavadeiras: 53%

Sucos: 34%

A pesquisadora Lia Valls, do Icomex/FGV, avalia que, embora alguns produtos como carnes e sucos possam buscar novos mercados, a substituição rápida é difícil, principalmente para itens industrializados.

O estudo lembra que Trump já recuou em ameaças tarifárias anteriores, como no “Liberation Day”, em abril, quando a taxa contra o Brasil seria de 10%. À época, o conflito era comercial; agora, envolve também questões políticas, como o processo contra Bolsonaro no STF e decisões contra big techs.

Embora Trump aponte déficit com o Brasil, a FGV afirma que o país não tem superávit com os EUA desde 2009. Em 2025, o saldo foi negativo em US$ 1,7 bilhão.

O boletim aposta que há chance de recuo: “Trump Always Chickens Out”, escreve o Icomex. Empresas americanas que usam produtos brasileiros ou são responsáveis pelas exportações podem pressionar.

O governo brasileiro tenta negociar, mas também cogita a Lei da Reciprocidade Econômica, que pode taxar produtos americanos. O STF, por meio de carta de Luís Roberto Barroso, afirmou que não há perseguição política no país, contrariando Trump.

Trump cita ainda ações do ministro Alexandre de Moraes contra empresas americanas, como Rumble e Trump Media, que contestam na Justiça da Flórida decisão que impôs a remoção de conteúdos e fornecimento de dados do comentarista Rodrigo Constantino. A multa por descumprimento pode chegar a R$ 100 mil por dia.

 

 

 

 

Da redação

Fonte: Agência Brasil

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