Ronnie Lessa, o ex-PM acusado de matar Marielle Franco e Anderson Gomes, em 2018, delatou Domingos Brazão como um dos mandantes do crime que vitimou a vereadora do Psol e seu motorista. A informação exclusiva foi confirmada pelo Intercept Brasil por fontes ligadas à investigação.

Preso desde março de 2019, Lessa fez acordo de delação com a Polícia Federal. O acordo ainda precisa ser homologado pelo Superior Tribunal de Justiça, o STJ, pois Brazão tem foro privilegiado por ser conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro.

Brazão, de 58 anos, é líder de um poderoso grupo político da zona oeste do Rio, berço das milícias cariocas. Foi deputado estadual por cinco mandatos consecutivos, onde acumulou polêmicas e suspeitas de corrupção até ser afastado.  Foi indicado para o Tribunal  de Contas do Rio de Janeiro (TCE/RJ). Chegou a ser preso pela operação Lava Jato em 2017, mas depois foi solto pela justiça e reconduzido ao cargo.

O site Intercept Brasil procurou o advogado Márcio Palma, que representa Domingos Brazão. Ele disse que não ficou sabendo dessa informação. Disse também que tudo que sabe sobre o caso é pelo que acompanha pela imprensa, já que pediu acesso aos autos e foi negado, com a justificativa que Brazão não era investigado.

Em entrevistas anteriores com a imprensa, Domingos Brazão sempre negou qualquer participação no crime.

Vingança

Ainda de acordo com o portal “Intercept Brasil”, a principal hipótese para que Brazão ordenasse o assassinato de Marielle seria por vigança contra o ex-deputado estadual pelo PSOL Marcelo Freixo, hoje filiado ao PT e atual presidente da Embratur (Empresa Brasileira de Turismo), pois ela trabalhou com o ex-parlamentar durante 10 anos até ser eleita vereadora, em 2016.

Antes de ser conselheiro do TCE-RJ, Brazão foi filiado ao MDB e se elegeu vereador e deputado estadual por cinco mandatos consecutivos. Quando atuava na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro), entrou em algumas disputas sérias com Marcelo Freixo. Inclusive, Domingos chegou a ser citado, em 2008, no relatório final da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) das milícias, presidida pelo então psolista.

Além disso, Marcelo Freixo teve um papel importante na Operação Cadeia Velha, deflagrada pela PF em novembro de 2017 e que levou à prisão fortes nomes do MDB como os deputados estaduais Paulo Melo, Edson Albertassi e Jorge Picciani (morto em maio de 2021).

Fonte: RCN/Intercept

Da redação

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