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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central alertou que a desancoragem das expectativas de inflação pode prolongar o ciclo de alta de juros, sendo os futuros ajustes na Selic guiados pelo compromisso de convergir a inflação à meta. Atualmente, a taxa Selic está em 11,25%, após um aumento de 0,50 ponto percentual na última reunião, retomando o patamar de janeiro. O ciclo de contração anterior, com seis cortes de 0,5 ponto e um de 0,25 ponto, começou em agosto de 2023, mas a alta recente reverte a tendência.

A decisão foi criticada por entidades como a Associação Paulista de Supermercados (Apas) e a Confederação Nacional da Indústria (CNI), que consideram que o equilíbrio da Selic deveria estar em torno de 8,4%. A elevação é justificada pelo Copom devido à inflação de serviços persistente e à pressão nos preços de alimentos e bens industrializados, afetados pela estiagem e pelo câmbio.

O Copom destacou que o crescimento dos gastos públicos e as dúvidas sobre a sustentabilidade fiscal também pesam nas expectativas de inflação. O boletim Focus prevê IPCA de 4,6% para este ano e 4% para 2025. O comitê reafirmou a importância de uma política fiscal crível e previsível para ancorar expectativas e reduzir o prêmio de risco dos ativos financeiros.

Em relação ao ambiente externo, o cenário econômico incerto dos Estados Unidos, com dúvidas sobre o ritmo de desinflação e a possível introdução de estímulos fiscais, é outro fator de cautela para o Copom. No cenário de referência, o dólar deve permanecer em R$ 5,75, com um aumento anual de 2% no preço do petróleo e bandeira tarifária amarela em dezembro de 2024 e 2025.

Dado o cenário complexo, o Copom reforçou que acompanhará os cenários com cautela, sem comprometer-se com novos passos, mas com a firmeza de manter a inflação dentro da meta.

Da redação

Fonte: Agência Brasil

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