Congresso terá 612 parlamentares em 2027
O Senado Federal aprovou nesta quarta-feira (25) um projeto que poderá alterar significativamente a composição da Câmara dos Deputados a partir de 2027. A proposta prevê um aumento de 513 para 531 cadeiras, ampliando em 18 o número de deputados federais. O texto, no entanto, retorna para a Câmara dos Deputados após os senadores retirarem trechos da versão anteriormente aprovada pelos deputados.
O projeto de lei complementar (PLP 177/2023) foi aprovado com 41 votos a favor e 33 contrários. Embora amplie a representação parlamentar, o texto estabelece que a criação e manutenção dos novos mandatos não poderá resultar em aumento de gastos até 2030, incluindo despesas com gabinetes, verbas indenizatórias, passagens e auxílio-moradia. Nesse período, os valores serão apenas corrigidos pela inflação.
A proposta revoga a Lei Complementar 78, de 1993, que definiu o atual número de deputados com base nos dados do Censo de 1986. O relator do projeto no Senado, Marcelo Castro (MDB-PI), defendeu a atualização, destacando que há quase 40 anos a proporcionalidade populacional dos estados à representação na Câmara não é corrigida, contrariando a Constituição.
"Estamos descumprindo a Constituição há décadas. A lei de 1993 simplesmente fixou um número, sem respeitar os critérios de proporcionalidade previstos", argumentou Castro.
Além disso, o texto aprovado determina que futuras redistribuições de cadeiras sigam exclusivamente os dados oficiais do Censo do IBGE, impedindo o uso de estimativas ou projeções. A próxima atualização, portanto, só ocorrerá com base no Censo de 2030.
O senador Alessandro Vieira (MDB-SE) contribuiu com alterações no relatório final, incluindo o dispositivo que impede o aumento de custos. Também foi retirada a previsão de auditoria dos dados pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que permitiria contestação por estados ou partidos políticos.
Críticas e polêmica
Apesar do avanço no Senado, o projeto enfrenta forte resistência de parte dos parlamentares e da sociedade. Senadores contrários, como Eduardo Girão (Novo-CE), afirmam que a ampliação representará gastos adicionais de até R$ 150 milhões por ano, considerando não apenas salários, mas também estruturas de apoio, apartamentos funcionais e emendas parlamentares.
"Não é apenas salário. É toda uma estrutura. E os deputados não vão abrir mão de suas emendas para acomodar os 18 novos. Se já aumentaram emendas antes, imagine agora", alertou Girão, que também pediu o adiamento da votação. A solicitação foi rejeitada.
Outro ponto crítico é o contraste com a opinião pública. Pesquisa do Instituto Datafolha indicou que 76% dos brasileiros são contrários ao aumento do número de deputados.
Ainda assim, o projeto recebeu apoio de diversos senadores, como Rogério Carvalho (PT-SE), Efraim Filho (União-PB) e Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB). Para eles, o Congresso precisa corrigir distorções e deliberar com antecedência antes das eleições de 2026, garantindo segurança jurídica para as mudanças.
Com a aprovação da proposta, o Congresso Nacional passará a ter 612 parlamentares, 531 deputados e 81 senadores, a partir da próxima legislatura.
Da redação
Fonte: RCN
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