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Terror noturno pode atingir crianças de até 12 anos
Especialista explica o que fazer para ajudar seu filho

Psicóloga aconselha que, durante as crises, o melhor é não acordar a criança, pois ela pode despertar assustada e demorar mais tempo para restabelecer a calma (Foto: Internet/ Reprodução) **Clique para ampliar

Publicado em 22/09/2023

Os terrores noturnos, ou terrores do sono, são parassonias (desordens do sono) caracterizadas por episódios de terror acentuado e pânico, que surgem de modo repentino durante o sono da criança, associados à intensa vocalização e motilidade (gritos e movimentos), acompanhados por altos níveis de descarga autonômica e que pode ocorrer nas primeiras três horas de sono no estágio de ondas lentas de 3 ou 4. 

A prevalência dos terrores noturnos é incerta, porém alguns estudos estimam que ocorra entre 1 e 6,5% das crianças entre 1 e 12 anos de idade, mas geralmente ocorre em crianças entre 4 e 12 anos de idade, com pico entre 5 e 7 anos, sendo incomum após a puberdade. Na infância é discretamente mais prevalente em meninos do que em meninas. Esta parassonia afeta menos de 1% dos adultos e, quando ela ocorre, pode ser um indicativo de alterações neurológicas sobrejacentes que devem ser investigadas. 

A psicóloga Talita Padovan explica que durante o episódio a criança costuma despertar abruptamente do sono, sentar-se ou pular na cama, gritar de terror e medo intenso, apresentando uma expressão facial de susto ou pânico. “Eventualmente a criança pode correr na tentativa de escapar de um perigo inexistente. A criança pode ou não falar durante o episódio, caso ela fale, geralmente é de forma incoerente e desorganizada, e pode também ocorrer de ficar com o olhar parado”, explica.

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Outros sintomas que acompanham o episódio é uma hiperatividade autonômica e a criança pode ficar com coração e respiração acelerados (taquicardia e taquipnéia), suor intenso, ficar com o rosto vermelho, pupilas dilatadas, agitação, tremores e aumento do tônus muscular (ficar mais rígida), a enurese (urinar) é algo menos frequente, mas também pode ocorrer. É Importante destacar que durante a ocorrência do evento o paciente não está nem totalmente adormecido, nem totalmente desperto.

“Geralmente os episódios duram entre 2 e 15 minutos, porém alguns podem durar até uma hora. Após o término do evento, a criança tende a adormecer abruptamente novamente. Na manhã do dia seguinte o paciente pode apresentar amnésia retrógrada, não se lembrando do ocorrido”, cita Talita Padovan.

Fatores que aumentam o terror noturno

Existem alguns fatores que podem aumentar a probabilidade da ocorrência dos terrores noturnos que incluem estresse agudo associado a quadros de febre ou privação de sono. “Se a criança estiver passando por períodos ansiosos, tristes ou enfrentando qualquer problema pode desencadear o distúrbio”, explica a psicóloga.

O ambiente de sono com ruídos altos, fadiga, atividade física excessiva, bexiga cheia durante o sono, síndrome das pernas inquietas, síndrome do estresse pós traumático em vítimas de bullying, Transtorno do Espectro Autista, Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), enxaqueca infantil, uso excessivo de cafeína, síndrome da apnéia obstrutiva do sono e epilepsia também são fatores que podem levar ao terror.

Algumas doenças como a doença do refluxo gastroesofágico e asma podem precipitar este distúrbio. Existem alguns medicamentos que podem desencadear os terrores noturnos como os neurolépticos, sedativos-hipnóticos e anti-histamínicos. Além disso, existem evidências para um fator de risco genético envolvido nos terrores noturnos, sendo que a prevalência dessa patologia em parentes de primeiro grau de um indivíduo afetado é pelo menos dez vezes maior do que na população em geral. 

Como agir e o que fazer quando ocorrer as crises 

A psicóloga Talita Padovan aconselha que, durante as crises, o melhor é não acordar a criança, pois ela pode despertar assustada e demorar mais tempo para restabelecer a calma. “É necessário acompanhar o momento, oferecendo proteção, caso apresente sonambulismo ou comportamento agressivo e corra o risco de causar danos físicos a si mesma, é importante acompanhar até que a criança se acalme e volte a dormir ou, caso acorde, oferecer afago, proteção e carinho até que se acalme novamente.”

Algumas medidas podem ajudar a criança a diminuir o terror noturno, segundo a psicóloga: regularidade no horário do sono, cuidados com a alimentação, investigar se algum medicamento em uso pode causar o terror, diminuir a ansiedade caso a criança esteja passando por um momento estressor, e oferecer conforto físico e emocional antes do sono.

Em vista disso, Talita aconselha os pais a sempre estarem atentos quando a criança apresentar prejuízos físicos, emocionais ou em suas atividades diárias. "É importante buscar ajuda médica e psicológica. Desta forma, diminuirá significativamente os sintomas e seus efeitos nocivos", finaliza a psicóloga.

Da redação

 

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