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Pesquisa aponta que dieta vegana ajuda a reduzir ondas de calor da menopausa
Especialista explica como a alimentação influencia na qualidade de vida das mulheres que passam pelo estágio hormonal

Para ter uma menopausa saudável, é necessário que a mulher opte por um estilo de vida melhor, onde a alimentação apresenta um papel crucial. (Foto: Divulgação)

Publicado em 07/06/2024

Segundo um estudo publicado na revista Complementary Therapies in Medicine, realizado com a participação de 84 mulheres, uma dieta vegana com baixo teor de gordura e com a inclusão de soja proporciona a alteração no microbioma intestinal, resultando na diminuição das ondas de calor da menopausa. Os fogachos podem ser reduzidos em até 95%, um dos sintomas principais do estágio hormonal. “Sabemos que a utilização de alimentos ricos em fitoestrogênios – substâncias que imitam o hormônio produzido pelo ovário da mulher – pode ter efeitos positivos nos calorões”, afirma o médico ginecologista, Dr. André Vinícius.

O levantamento feito com participantes que relatavam ter de duas a três ondas de calor moderadas a graves apontou diariamente a redução em 96% dos fogachos diurnos e em 94% dos noturnos, também houve a diminuição de 96% das ondas de calor moderadas a graves. "Além da redução dos fogachos pela presença dos fitoestrogênios presentes na dieta vegana, o fato desta alimentação ser rica em fibras também favorece um melhor funcionamento do intestino da mulher, que no geral está prejudicado na menopausa", complemeta.

Sabemos que o consumo de fibras vegetais está associado a uma maior produção dos chamados ácidos graxos de cadeia curta -a saber- propionato, acetato e butirato, responsáveis pelo reparo das células intestinais, fortalecendo a nossa imunidade e também para redução do risco de resistência insulínica, super comum e grande responsável pelo ganho de peso da mulher após a menopausa.

Para identificar os resultados da dieta vegana, um grupo de mulheres seguiu o planejamento alimentar com baixo teor de gordura e com a ingestão de meia xícara de soja cozida por dia, já outro grupo seguiu sua dieta habitual ao longo de 12 semanas.

Para a avaliação do microbioma intestinal, foi separado um subgrupo com 11 participantes que tiveram suas amostras de fezes coletadas. Conclui-se que as mulheres que seguiram a dieta vegana tiveram alterações na quantidade de diversas famílias, espécies e gêneros de bactérias em seu intestino, sendo o principal fator para a descoberta da ligação entre as bactérias e as ondas de calor ao estabilizar os níveis de estrogênio, entre outros benefícios, também foi relatado o aumento da saciedade, fazendo que com as participantes perdessem mais de 6kg ao longo do estudo, e reduzindo a inflamação do organismo.

Em contraponto à dieta vegana, sabe-se também que uma dieta rica em alimentos ultraprocessados (salame, salsicha, presunto), industrializados (biscoitos recheados, pães de forma, sorvetes) ricos em açúcar refinado, bem como frituras devem ser evitados, pois pioram o processo inflamatório sistêmico do corpo, levando a risco aumentado de desenvolvimento de diabete, hipertensão e outras doenças cardiovasculares.

A diminuição de bactérias no organismo das participantes que adotaram a dieta, como Porphyromonas, Prevotella corporis e Clostridium asparagiforme, proporcionaram, além da redução dos episódios de fogachos, a melhora na qualidade de vida dessas mulheres.

As escolhas alimentares ao longo da vida da mulher vão influenciar sua saúde. Para ter uma menopausa saudável, é necessário que a mulher opte por um estilo de vida melhor, onde a alimentação apresenta um papel crucial. Dr. André sugere: “As mulheres devem incorporar na sua alimentação cotidiana alimentos como linhaça, ervilhas, grãos inteiros, vegetais – pelo seu efeito antioxidante, castanhas – pelo aporte de selênio necessário para um adequado funcionamento da tireoide. O consumo de beterraba e melancia também estão associados com redução dos fogachos – pois aumentam a produção do óxido nítrico (sua ausência faz os vasos terem espasmos e gerarem cefaleia e risco cardiovascular).

Sintomas da menopausa

Segundo o ginecologista, são descritos mais de 76 sintomas, entre os mais comuns incluem: ondas de calor (os chamados fogachos), alterações no humor (tendência a tristeza e ansiedade), insônia, diminuição da libido e irregularidades menstruais antes da cessação completa, ganho de peso.

A importância do tratamento hormonal para o alívio dos sintomas

“A reposição hormonal repõe os hormônios sexuais (estrogênio, progesterona e testosterona) que diminuem durante a menopausa pela ausência de produção deles pelos ovários, aliviando os sintomas e prevenindo complicações associadas à deficiência hormonal”, explica o médico.

Conforme o profissional, a reposição hormonal pode aliviar sintomas como ondas de calor, melhorar a saúde óssea, reduzir o risco de doenças cardiovasculares e promover o bem-estar emocional, impactando positivamente a qualidade de vida durante a menopausa.

 

 

Da redação

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