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O Colesterol e os Triglicerídeos - Parte II

Medicamentos específicos podem reduzir drasticamente as mortes por doenças cardiovasculares (Foto: Divulgação)

Publicado em 21/02/2017

Alguns autores usam a relação colesterol total e colesterol HDL como um indicador de risco coronariano relacionado à dislipidemia (aumento da taxa de gordura no sangue). Quanto mais baixa esta relação, menor é o risco. Ainda que essas relações sejam úteis, elas podem esconder importantes informações em muitos pacientes. Por exemplo, um colesterol total de 300 mg/dL e um colesterol HDL de 60 mg/dL vai resultar em uma relação igual a de um colesterol total de 150 mg/dL com um colesterol HDL de 30 mg/dL. Na verdade, apesar de a relação ser igual, um colesterol total de 300 mg/dL oferece um risco maior de eventos coronarianos do que um colesterol de 150 mg/dL. Clique aqui para ler outras colunas do Dr. Jammil.

Nas populações ocidentais, os valores do colesterol são cerca de 20% mais altos do que nas populações asiáticas e excedem 300 mg/dL em aproximadamente 5% dos adultos. Os níveis de colesterol total e LDL tendem a aumentar com a idade em pessoas que estão com boa saúde e o declínio destes é visto em doenças agudas.

Os adultos tratados com estatinas, uma classe de medicamento usado para tratar o colesterol elevado, têm estatisticamente significativas e clinicamente importantes reduções nas taxas de infarto do miocárdio, novos casos de angina, necessidade de cirurgia de ponte safena ou de angioplastia coronária. Um estudo realizado pela Universidade do Oeste da Escócia mostrou uma redução de 31% de infarto do miocárdio em homens de meia-idade tratados com pravastatina comparada com placebo. Já o estudo Ascot - Anglo Scandinavian Cardiac Outcomes Trial utilizou atorvastatina em pessoas com hipertensão arterial sistêmica e outros fatores de risco, mas sem doença arterial coronariana demonstrada, e apresentou uma redução de 36% de eventos isquêmicos.

Como uma justificativa para o uso de estatinas na prevenção, o Estudo Júpiter - publicado em 2008 e um importante marco para a prevenção primária cardiovascular - mostrou uma redução de 44% em um desfecho combinado de infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral, revascularização miocárdica, hospitalização por angina instável ou morte de causa cardiovascular, em homens e mulheres.

 


Sobre o autor

Dr. Jamil Mattar Valente

Médico cardiologista e responsável pela coluna de medicina preventiva do Jornal Imagem da Ilha


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