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Modelo morre em decorrência do uso de silicone industrial e PMMA
Lygia Fazio tinha 40 anos e não resistiu a um AVC que sofreu há cerca de 1 mês

Lygia Fazio (Foto: Instagram/ Reprodução) **Clique para ampliar

Publicado em 02/06/2023

A jornalista e modelo Lygia Fazio, 40 anos, não resistiu a um AVC que sofreu há cerca de 1 mês, quando passava por procedimentos para retirada de polimetilmetacrilato (PMMA) aplicado nos glúteos, que acabou se espalhando pelo corpo, causando várias infecções.

Familiares e amigos lamentam a morte e contam a luta de Lygia para reverter a aplicação do produto realizada há 3 anos. A amiga e jornalista Meiri Borges relata que Lygia se preocupava com a beleza, como todas as mulheres, e mesmo após negativa de aplicação pelos médicos, injetou o PMMA em local clandestino, o que classifica como uma bomba-relógio na vida da amiga.

O polimetilmetacrilato é um material sintético e, de acordo com a cirurgiã plástica Patrícia Marques, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, só pode ser utilizado em casos específicos e em pequenas quantidades. No Brasil, o PMMA para preenchimento subcutâneo precisa ser registrado na Anvisa, pois é um produto de uso em saúde da classe IV (máximo risco), mesmo assim, a substância atrai cada vez mais mulheres pela proposta de resultados instantâneos. 

Composto por microesferas de um material muito parecido com um plástico acrílico, o PMMA se espalha pelo tecido da região após ser aplicado. “O PMMA é bastante procurado por não ser absorvido pelo corpo, mas pode causar reações imprevisíveis a longo prazo. Ele ‘endurece’ no local aplicado e pode causar complicações com sequelas irreversíveis, como infecções crônicas e deformidades”, alerta a cirurgiã.

A especialista explica que uma vez injetado, o PMMA se espalha pelo tecido e não pode ser facilmente retirado, diferente de uma prótese de silicone, que pode ser removida a qualquer momento ou a aplicação do ácido hialurônico, que também é um tipo de preenchimento com muito mais segurança.

Alternativas melhores

Patrícia Marques esclarece que a bioplastia, também conhecida como plástica sem bisturi, é um procedimento não cirúrgico que utiliza substâncias de preenchimento - como o polimetilmetacrilato (PMMA) - para remodelar áreas da face e do corpo, mas não é a técnica mais segura para dar volume em qualquer parte do corpo. 

As próteses de silicone e a lipoenxertia com a transferência da gordura para a região onde se deseja mais volume são as cirurgias mais indicadas. De acordo com a médica, o PMMA nunca pode ser utilizado como um substituto do silicone, principalmente em pacientes que buscam a técnica para aplicação nos glúteos, como foi o caso de Lygia, porque a dose utilizada nessa região precisa ser grande, bem maior que a de um simples preenchimento.

A importância do profissional habilitado

A Anvisa orienta que o produto só pode ser administrado por profissionais treinados. Para cada paciente, o médico deve determinar as doses e o número de injeções necessárias, dependendo das características de cada paciente, das áreas a serem tratadas e do tipo de indicação.

A Anvisa também esclarece que o produto não é contraindicado para aplicação nos glúteos para fins corretivos, porém, não há indicação para aumento de volume, seja corporal ou facial. “Cabe sempre consultar um profissional médico credenciado e responsável para avaliar a aplicação de acordo com a correção a ser realizada e as orientações técnicas de uso do produto”, finaliza Patrícia.

Da redação

 

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