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Doença de Parkinson: como identificar?
Aproximadamente 1% da população mundial sofre com a doença, segundo a OMS

Doença apresenta um quadro crônico, progressivo e degenerativo onde o paciente pode apresentar sintomas motores variados (Foto: Internet/ Reprodução) **Clique para ampliar

Publicado em 14/04/2023

Os distúrbios de movimento são doenças que afetam muito a qualidade de vida dos pacientes. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), aproximadamente 1% da população mundial com idade superior a 65 anos sofre com Doença de Parkinson, um distúrbio do sistema nervoso central que acomete a região da substância negra, área cerebral relacionada à dopamina, neurotransmissor importante para o controle dos movimentos. Estima-se que, no Brasil, 200 mil pessoas sofram com esse problema.

A Doença de Parkinson (DP) é um quadro crônico, progressivo e degenerativo onde o paciente pode apresentar sintomas motores variados, incluindo bradicinesia (lentidão dos movimentos), rigidez (aumento no tônus muscular com resistência à movimentação passiva), alteração na marcha e postura corporal (quedas frequentes) e tremor. O tremor parkinsoniano é caracterizado por ser um movimento involuntário, rítmico e oscilatório, presente no repouso (sem ação da gravidade) e normalmente predomina no polegar e indicador, se assemelhando ao movimento de contar dinheiro.

Já o Tremor Essencial (TE) é uma desordem neurológica comum e se estima que afete até 20% da população acima de 65 anos. Diferente do tremor parkinsoniano, não é degenerativo, porém pode ser progressivo com variações na intensidade e localização. Acomete principalmente mãos e braços, mas pode aparecer na região cefálica (pescoço). O TE está presente na movimentação voluntária, como por exemplo comer e escrever.

Diferenças entre os tremores

“A doença de Parkinson e o Tremor Essencial são, muitas vezes, confundidos, porém são doenças diferentes. É importante um diagnóstico correto e o início de um tratamento adequado para o controle dos sintomas e a melhora na qualidade de vida dos pacientes”, explica a médica neurologista Mirella Fazzito.

Apesar do tremor ser um sintoma em comum entre as doenças, ele nem sempre está presente, a lentidão dos movimentos (bradicinesia) é o critério clínico mais importante para o diagnóstico. A DP é conhecida como uma doença multissistêmica e além dos sintomas motores acima relatados o paciente pode apresentar quadros neuropsiquiátricos (alteração cognitiva, depressão, psicose, fadiga, ansiedade, entre outros), sintomas gastrointestinais (disfagia, obstipação), autonômicos (hipotensão postural, aumento na sudorese, aumento da salivação), alterações urinárias e sexuais, hiposmia (alteração no olfato), distúrbios no sono (síndrome das pernas inquietas, sonhos vívidos, etc).

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Por ser um sintoma que pode acometer as duas doenças, o tremor é o que gera maior dúvida no diagnóstico, porém apresenta diferenças, tanto no tipo, intensidade e localização. Raramente o tremor cefálico é um sintoma isolado na DP, devendo se pensar em outras causas, como, por exemplo, o TE.

A avaliação do tremor é importante , pois além do TE e da DP existem causas clínicas como hipertireoidismo, hipoglicemia e efeito colateral de algumas medicações, bem como outras doenças neurológicas degenerativas.

O TE é um distúrbio neurológico que pode afetar homens e mulheres, sendo que nas mulheres podemos observar mais um tremor em mãos e na voz, já em homens ocorre um tremor nas mãos associado a tremor cefálico. De acordo com a Dra. Mirella, é importante lembrar que a doença pode se manifestar em qualquer idade, mas costuma se agravar após os 50 anos”.

“O Tremor Essencial começa com tremores leves, que podem aumentar no decorrer dos anos. Ainda não existe cura e não apresenta alterações estruturais que justifiquem, tendo inclusive fator hereditário associado O tratamento melhora a qualidade de vida dos pacientes. No caso da Doença de Parkinson, o tremor decorre da morte de células nervosas na substância negra cerebral, que acaba levando a redução do neurotransmissor dopamina nessa área, portanto o tratamento é diferente do utilizado no TE”, acrescenta a Dra. Mirella.

E as diferenças não param por aí. Apesar de nenhuma das duas doenças ter cura, o Parkinson é uma doença degenerativa, diferente do TE. Portanto necessita, além do acompanhamento neurológico e medicamentoso, um tratamento multidisciplinar com exercício físico (devidamente acompanhado por um profissional) e cuidado com a saúde mental. É essencial a atenção com os sintomas motores e não motores na DP, pois eles interferem na qualidade de vida do paciente e na evolução da doença.

Da redação

 

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