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Como manter a saúde financeira?
Especialistas alertam que 82% dos inadimplentes enfrentam dificuldades emocionais e físicas devido a problemas financeiros

Conhecimento e organização são essenciais para lidar com dívidas e garantir um relacionamento mais saudável com o dinheiro. (Foto: Pixabay/Reprodução)

Publicado em 03/11/2024

O Brasil é o paraíso do parcelamento. De acordo com o Serasa, 71% dos consumidores brasileiros costumam parcelar suas compras. O que poucos têm clareza é que essa é uma modalidade de crédito, que também é uma dívida. “Quando uma pessoa parcela uma compra, ela não tem necessariamente problemas financeiros. Só um quarto dos consumidores parcela por não ter dinheiro suficiente para adquirir aquele serviço ou produto. A questão é que a maioria dessas pessoas opta pelo cartão de crédito, que é um crédito com risco por seus juros altos, que podem desestabilizar a saúde financeira de toda a família”, afirma Lucas Moura, consultor financeiro da TudoNoBolso.

De acordo com o especialista, a saúde financeira não está relacionada ao pagamento à vista ou a prazo, mas à possibilidade de cumprir com as obrigações com a instituição que emprestou o dinheiro. E é aí que entra a necessidade de se organizar e tomar decisões mais assertivas sobre finanças. Afinal, de acordo com um levantamento feito pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), 82% dos inadimplentes no Brasil sofreram impacto na saúde física ou mental pelas dívidas em atraso. 

Mas é possível buscar a saúde financeira mesmo diante desse cenário. Para isso, Lucas dá cinco dicas para ajudar a se livrar das dívidas e melhorar a relação com o dinheiro:

1. Conheça as taxas disponíveis e opções do mercado

Lucas explica que, para que o gerenciamento dos recursos financeiros seja feito de maneira mais eficiente, é necessário conhecimento – especialmente das taxas e opções do mercado. “Essa é a maneira de fazer escolhas inteligentes na hora de optar por onde e como fazer o parcelamento de uma compra significativa. Se vale mais comprar à vista com desconto ou deixar o valor rendendo”, completa.

2. Saiba de verdade o quanto você gasta

É preciso fazer uma verdadeira ‘faxina’ nas contas de tempos em tempos, especialmente quando se tem muitos parcelamentos. “Olhe para a conta bancária e a fatura do cartão e tente encontrar ali gastos que não fazem mais sentido, como anuidade de conta corrente, três ou quatro assinaturas de streaming, gastos excessivos com delivery… Tudo isso, no fim do mês, tem um impacto importante. ‘Varrer’ essas despesas é o início da consolidação de uma melhor saúde financeira”.

3. Fale de dinheiro com a família

Esse papo é indispensável para todo o núcleo familiar. O consultor da TudoNoBolso afirma que cada vez mais os pais falam de dinheiro com os filhos. Mas é possível que, em caso de dívidas, os adultos possam ter dificuldade de abrir a situação. “Isso não é motivo de vergonha. Todos estão sujeitos a ter algum aperto financeiro. Falar abertamente do tema e envolver toda a família é necessário para um bom relacionamento com o dinheiro, especialmente quando pensamos nas crianças.”

4. Avalie suas dívidas para pensar na melhor solução

Depois de avaliar tudo que está em aberto, é hora de pensar nas melhores soluções para cada caso. “O mais importante é tentar quitar o cartão de crédito e os parcelamentos com juros abusivos. Há opções de crédito mais baratas que podem ajudar nisso”. E é por isso que, segundo Lucas, uma das ações mais assertivas é a 5ª dica:

5. Troque sua dívida por uma mais barata

Uma alternativa menos explorada no Brasil é o crédito consignado privado, que se destaca entre os serviços financeiros por possuir taxas menores. O relatório de maio do Banco Central do Brasil aponta que a taxa média de uma operação de crédito pessoal é de 7,83% a.m., enquanto a de uma operação de crédito consignado privado é de 3,23% a.m. A discrepância é ainda maior diante das taxas médias do Cartão de Crédito Rotativo, de 35,21% a.m., e do cheque especial, de 10,7% a.m. 

Com juros menores, o pagamento desse tipo de empréstimo reduz o impacto no orçamento, gerando menos estresse e oferecendo maior equilíbrio financeiro e emocional. “É uma forma de manter a saúde do bolso em dia, ainda que com contas a pagar em aberto”, finaliza. 

 

 

Da redação

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