Como evitar lesões no treino
Fuja das contusões e dos longos períodos de inatividade protegendo músculos e articulações
Para quem que se apaixona pela musculação e tem o esporte como parte importante de sua rotina, as lesões são um verdadeiro pesadelo. A boa notícia é que, mesmo no caso dos problemas mais comuns, como os que acometem as articulações dos ombros e dos joelhos, evitá-los depende em grande parte do próprio praticante.
Segundo o coordenador geral do Núcleo de Medicina do Exercício e do Esporte do Hospital Sírio-Libanês, Arnaldo José Hernandez, joelhos e ombros são bastante exigidos por atuarem como estabilizadores dos movimentos, de modo que utilizar uma carga adequada ao condicionamento do momento, bem como executar os movimentos de maneira correta, sem exagerar na amplitude articular, são atitudes fundamentais para quem quer preservá-los tanto das lesões causadas pela sobrecarga de repetição quanto das chamadas lesões agudas, como as entorses.
"No joelho, normalmente a lesão acontece por uma flexão exagerada como nos agachamentos onde a pessoa opta por encostar a nádega no calcanhar ou em uma execução de leg-press em que se força o joelho nem posição de hiperflexão, algo que funciona quase como um quebra nozes para os meniscos, forçando-os demais", apontou o ortopedista complementando que, no caso dos ombros, os exercícios que elevam as mãos acima da cabeça são aqueles que exigem mais cuidado no controle da carga e da execução.
Presidente da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte, o médico André Pedrinelli chama a atenção para a necessidade de cuidado com as lesões musculares que, segundo ele, correspondem a 30% de todas as lesões esportivas.
De acordo com o especialista, problemas desta natureza podem ser prevenidos por meio do fortalecimento progressivo da musculatura, bem como de exercícios de alongamento para aumentar a flexibilidade dos músculos, além, é claro, do uso de uma amplitude correta na execução dos exercícios.
Ainda no âmbito das lesões que exigem maior cuidado na prática da musculação, ambos os profissionais destacaram a necessidade de atenção com a região da coluna lombar. Neste sentido, Hernandez citou o uso do cinturão estabilizador como uma ferramenta importante de estabilização da região.
Desinformação e ansiedade são desafios nas academias
Quem atua no dia-a-dia das salas de musculação como o treinador Daniel Silva, além de estabelecer protocolos individualizados com base no condicionamento e histórico dos alunos, os profissionais da área têm como um de seus principais desafios combater as desinformações comumente propagadas via internet. Neste contexto, fazer um trabalho de educação e de preparo psicológico é fundamental na atuação dos treinadores.
"Esse trabalho também contempla o controle da ansiedade do aluno que quer progredir a carga mais rápido do que está preparado. Isso porque, do ponto de vista biomecânico, a sobrecarga inadequada resultará em uma execução repleta de compensações que não são positivas e podem gerar lesões em outras regiões corporais que não aquela para a qual o exercício foi indicado", afirmou o profissional.
Ainda sobre a progressão de carga, Silva explica que a musculação atual conta com diversas maneiras seguras de avaliar a hora certa de aumentar a intensidade. Entre elas, o treinador destaca os testes de:
- repetições máximas, no qual se estipula um valor de repetições fixo que, quando atingido pelo aluno de maneira tranquila, indica o momento certo de elevar a carga;
- uma repetição máxima que, indicado para praticantes intermediários e avançados, mede seu nível máximo de força e estabelece um protocolo a partir deste número, sempre observando a periodização e os objetivos do aluno.
Por fim, o treinador salienta que, no caso de alunos iniciantes, as técnicas de execução devem ser priorizadas antes de qualquer outro aspecto a fim de prepará-los para futuros estímulos mais fortes, inclusive sob o aspecto da coordenação motora.
Da redação
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