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5 atitudes para confortar alguém
O Setembro Amarelo destaca a importância de cuidar da saúde mental e promover o acolhimento

A campanha Setembro Amarelo é um convite para todos nós refletirmos sobre a saúde mental e o papel crucial do apoio próximo na prevenção do suicídio. (Foto: Divulgação)

Publicado em 15/09/2024

O Setembro Amarelo, Campanha Nacional de Prevenção ao Suicídio, convoca a sociedade a refletir sobre a importância dos cuidados com a saúde mental. Em tempo: o suicídio é uma grave questão de saúde pública, sendo a causa de aproximadamente 700 mil mortes anuais no mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, 16,2 mil suicídios foram registrados em 2022, conforme o Anuário Brasileiro de Segurança Pública.

“Quando temos uma pessoa em sofrimento, é preciso que os familiares e pessoas próximas pratiquem um acolhimento humanizado, com escuta ativa, o que é fundamental para identificar alterações ou mudanças dos comportamentos”, diz Filipe Colombini, psicólogo e CEO da Equipe AT.

Segundo Colombini, os fatores que podem levar ao suicídio são muitos e costumam variar de pessoa para pessoa. Entre essas condições, estão sofrer de algum transtorno mental, abuso de álcool ou drogas, ter uma doença grave ou limitativa, ter sofrido uma perda recente e, ainda, ter dificuldade para socialização. “O grande objetivo da prevenção é conscientizar as pessoas que convivem com quem possa estar com ideações suicidas”, afirma Colombini. “Assim, essa rede de apoio, além de ficar atenta aos sinais de alerta para agirem na prevenção, vai também saber direcionar a pessoa a procurar ajuda profissional”, conclui.

O especialista conta que mudanças bruscas de hábitos e de rotina, isolamento social, irritabilidade, pessimismo, apatia, dificuldade em sentir prazer na vida, sentimentos de culpa e padrões alimentares e de sono desregulados são alguns dos indícios mais comuns em pacientes com ideação suicida.

Mas Colombini alerta, ainda, que o suicídio costuma ser um problema silencioso porque é comum que a pessoa se isole cada vez mais, fazendo com que seja mais difícil de identificar a gravidade da situação. “Justamente por ser um tabu na sociedade, pessoas com tendências suicidas costumam sentir vergonha da sua própria situação e passam a se sentir ainda mais sozinhas”, diz Colombini. “Por isso, é de extrema importância a mídia e a população em geral discutirem abertamente o tema. Com isso, haverá uma maior conscientização sobre os sinais de ideação suicida, além da diminuição do preconceito sobre falar e tratar do assunto”, conclui o especialista.

O psicólogo destaca, a seguir, cinco atitudes para apoiar quem está em sofrimento e sob risco de suicídio:

Seja um ponto de apoio. Às vezes, a simples presença é o maior suporte que alguém pode oferecer. “Estar disponível, seja para uma conversa ou em momentos de silêncio, demonstra cuidado e faz com que a pessoa se sinta acolhida e menos solitária”, diz o psicólogo.

Emita comentários empáticos e significativos. Frases como "vai passar" ou "tente se animar" podem fazer a pessoa se sentir mais isolada. “O ideal é ser uma presença acolhedora, ouvindo sem interrupções e, sobretudo, sem minimizar a dor do outro”, destaca o especialista. Vale lembrar que cada sofrimento é individual e deve ser respeitado. "Dizer que a pessoa está exagerando ou ficar comparando problemas só afasta ainda mais a possibilidade de ajuda", completa.

Respeite o espaço pessoal. Pressionar alguém a sair ou se distrair pode aumentar o desconforto. "Às vezes, o melhor é estar junto em um ambiente seguro, respeitando o espaço e o tempo de quem está em sofrimento", sugere Colombini.

Ofereça apoio prático. Além de suporte emocional, a ajuda prática é de grande valia para quem está em sofrimento. “E nisso se incluem situações do dia a dia que possam parecer difíceis para a pessoa, como executar tarefas domésticas ou auxiliar como acompanhante em compromissos”, diz o especialista.

Incentive a busca por ajuda profissional. Estimule a pessoa a buscar terapia e ofereça apoio para facilitar o processo. "A família e os amigos são extremamente importantes, mas não substituem a ajuda do psicólogo e psiquiatra", destaca Colombini.

 

 

Da redação

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