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Topázio Neto explica novos projetos para saúde e mobilidade - Parte II
O Prefeito de Florianópolis aborda os desafios do ensino integral, a construção do Multi Hospital e o futuro do transporte marítimo

O Prefeito de Florianópolis, Topázio Neto, detalha suas metas para a educação, saúde e transporte em 2025. (Foto: Imagem da Ilha)

Publicado em 09/01/2025

Imagem da Ilha: Na educação, o Sr. pretende aumentar o número de escolas com ensino integral, indo de 30% para 50%, ou seja, um aumento de 80%, mas com uma contrapartida de apenas 7% a mais dos 30% investidos atualmente. Como será feito?

Topázio Neto: A gente tem que fazer bem feito, porque os recursos são limitados. Hoje, já investimos 30% na educação. Se a formos aumentar de 30%, que é o que tenho hoje de escola em tempo integral, para 50% no próximo ano, isso não seria viável, não teria dinheiro para pagar isso. A nossa meta é de 30% para 50% em quatro anos. Por quê? Porque temos  que ir utilizando as nossas estruturas de educação, etc. Então, assim, eu vou ter um acréscimo de custo, certo? Porque ao longo dos anos vamos ter que diminuir e reduzir custos em outras áreas para poder aumentar o que será posto da educação, mas para nós isso é fundamental e necessário, porque hoje nós somos nota 10 em infraestrutura de escolas pelo Tribunal de Contas.

Se você for visitar nossas escolas, elas são muito boas. Todas as salas de aula têm equipamento de informática e um professor de Tecnologia em cada escola. Tem aulas de robótica a partir dos seis anos de idade, mas infelizmente isso não está se refletindo nos indicadores do IDEB. Então, agora estamos trazendo uma consultoria para nos ajudar a mudar toda a nossa metodologia de trabalho nas escolas para fazer com que todos esses instrumentos que a gente tem se reflitam nos indicadores do IDEB. A educação realmente tem que ser fortemente incentivada e trabalhada, mas de maneira inteligente.

 

Imagem da Ilha: Na saúde, prefeito, quais serão as melhorias que virão além do Multi Hospital no norte da ilha para 2024/25?

Topázio Neto: Na realidade, a gente começa já esse ano (2025) a construção do hospital. Sabemos que a região do norte da Ilha é uma região que, se somarmos toda a população, passa de 120 mil pessoas. E essas pessoas, hoje, além das Unidades de Pronto Atendimento locais (UPAs), vêm até o Centro para utilizar o Hospital Estadual Celso Ramos para algumas emergências. Nós iremos começar a fazer nesse atendimento mais complexo lá no Multi Hospital do Norte da Ilha. Só não queremos repetir a área de oftalmologia, porque já temos uma área de oftalmologia no sul da Ilha. Fazer exame de vista é só uma vez por ano, e essa consulta pode ser feita lá (no Multi Hospital do Sul da Ilha). Temos um grande plano para a área de Ortopedia. Tem muitas motos na cidade, e sabemos que há muitos acidentes.

O Norte da ilha é praticamente uma cidade com 120 mil habitantes, e precisa ter uma área especializada em ortopedia. Então, estamos incluindo isso no projeto. A prefeitura está concentrando lá uma área de exames de especialidades, especialmente na área de Cardiologia. Hoje, temos vários médicos cardiologistas na rede da prefeitura, mas não tenho áreas especializadas em cardiologia dentro dos postos de saúde. Então, vamos retirar de dentro dos postos e concentrar no Multi Hospital. Toda a área de exames para diagnóstico por imagem, ultrassom, tomografia, também vamos ter lá  no Norte da Ilha. Então, vamos montar esse hospital com essas coisas que ainda faltam, e incluir um centro de odontologia, um centro de referência de odontologia. Hoje, temos dentistas em dois centros de saúde, mas queremos criar lá uma área muito maior e mais especializada. Estamos pensando, inclusive, ao invés de chamar de Multi Hospital do Norte da ilha, chamá-lo de Cidade da Saúde.

 

Imagem da Ilha: A mobilidade é o grande gargalo de Florianópolis. O que fazer além da rede de ônibus formiguinha nos morros? Haverá ampliação para os bairros? O transporte marítimo virá? E como será? De onde para onde?

Topázio Neto: Vamos começar pelo transporte marítimo. Ele vem sendo falado na cidade há anos, mas ninguém teve coragem de botar para frente porque ele não se sustenta, não se paga. Ninguém vai pagar mais do que uma tarifa de ônibus para andar de barco. Então, fomos a Vitória, vimos uma experiência lá que não é paga pela prefeitura, é paga pelo Governo do Espírito Santo. Agora, estão colocando barcos elétricos de 80 lugares, que saem de alguns pontos e vão para outros. O transporte lá, com barcos de 80 lugares, transita em média com 20 lugares ocupados. Então, pensamos em fazer uma experiência aqui. Queremos aproveitar essa mesma ideia de barcos para fazer as linhas Santo Antônio, Jurerê e Canasvieiras, então teríamos mais uns 3 pontos de embarque. Nos finais de semana, essa linha se transformaria em uma linha turística, com tarifas mais altas, mas seria uma linha de passeio. Para o morador local, ele vai continuar usando como linha normal. Esse modelo é o que eles têm em Vitória, e no decorrer de 2025, vamos lançar esse processo, tentando trazer uma empresa como aquela que queira operar aqui da mesma maneira.

Sobre as linhas de ônibus “Formiguinha”, a vantagem no Morro da Cruz é que muita gente está deixando o carro em casa, e indo de ônibus nos deslocamentos dentro do maciço. Isso porque o ônibus passa a cada 20 minutos, então é fácil. Hoje, já são quase 80 mil passageiros por mês no “Formiguinha’, e essa boa experiência queremos levar para o Campeche, Rio Vermelho, Ingleses… e queremos levar porque isso ajuda a tirar carro da rua. Estamos refazendo a gratuidade do ‘Formiguinha”, então vai ser gratuito no Morro. Isso minimiza o problema de mobilidade.

A mobilidade na cidade vai ser melhorada, pelo trabalho em conjunto da Prefeitura com o Governo do Estado. A terceira faixa do CIC até Santo Antônio, tanto para ir quanto para voltar será realizada pelo Estado. Na SC-401, terminamos antes da temporada aquela faixa de 2 km da antiga “área pedágio” até a entrada do Jurerê Internacional, que vai ajudar muito o trânsito para o Norte da ilha.

Agora tem também uma outra faixa a ser implementada, na frente do CEPON (no bairro do Itacorubi). Vamos implantar a primeira linha do BRT, linha exclusiva de ônibus da Trindade até o Saco dos Limões, lá no Armazém Vieira, para toda aquela região. Esse é um recurso do PAC, do Governo Federal. Temos projetos prontos e vamos colocar a primeira linha ali.

Na mobilidade, o que temos de novidade é que o Governo do Estado está colocando recursos para fazermos projetos de integração da região metropolitana. Então, vamos poder começar a conversar sobre mobilidade, incluindo São José, Palhoça, Biguaçu e Florianópolis, para fazer projetos integrados para essas áreas. Isso pode trazer, a médio prazo, quem sabe, o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos).

Sobre a mobilidade na Ponte Hercílio Luz, talvez a ideia seja fazer a ponte em dois sentidos apenas durante o dia, ou seja, só vai ou só vem, retirando o sentido vai e vem. Então, nos próximos dias, vamos divulgar como será feito, com base no levantamento de dados da experiência que realizamos.

 

*Em breve, parte 3 da entrevista com o prefeito Topázio Neto. Fique atento!*

 

Participaram da entrevista Hermann Byron e Carolina Beux

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