Prata da casa: Rosamaria Montibeller conta sobre sua trajetória até as Olimpíadas de Tóquio
Ela voltou para casa trazendo de Tóquio a medalha de prata conquistada pelo vôlei feminino brasileiro nas últimas Olimpíadas. A conquista de Rosamaria Montibeller, 27, marca uma trajetória no esporte iniciada ainda na infância em Nova Trento, no interior de SC. Entre outros assuntos, na entrevista exclusiva ao Imagem da Ilha, a atleta conta que ficou em êxtase quando foi convocada e antecipa os próximos passos rumo a Paris 2024.
Você nasceu e cresceu em Nova Trento. Conte algumas das suas memórias de infância e juventude, quando conheceu e se apaixonou pelo vôlei.
Eu comecei a jogar com 8 anos em Nova Trento e não me apaixonei naquele momento pelo vôlei, foi com o tempo. Eu fui mesmo pra praticar um esporte, pois a minha irmã já praticava. Não queria, relutei um pouco, mas me apaixonei. Lembro demais dos treinos no ginásio da cidade, com as amigas da escola, a gente tinha um ambiente bem legal, todas as viagens que fazíamos pelo Estado, dormíamos no chão das escolas, foram momentos muito legais, pois, acima de tudo nos divertíamos, pois éramos crianças.
Quando você saiu de Nova Trento, para onde foste, qual cidade e clube. E a adaptação foi difícil? Disputava o campeonato nacional por qual time, como era a relação com a torcida? Muita cobrança?
Eu saí de Nova Trento para São Caetano, no ABC Paulista. A adaptação não foi muito difícil. É claro que, sair de casa oficialmente, fui morar com 7 ou 8 meninas... mas meus pais estiveram sempre por perto me acompanhando, o clube me deu assistência. É claro que morar em uma cidade grande era um pouco diferente, mas como eu já viajava bastante, eu já estava acostumada. Lá eu dispustei o campeonato juvenil nas categorias de base e a Superliga.
Quem ou quais entidades ligadas ao esporte você aponta como essenciais na sua trajetória para chegar à medalha em Tóquio?
Muitas pessoas me auxiliaram na minha trajetória, minha família, técnicos, o projeto de Nova Trento, onde eu tive uma base muito importante, não somente do voleibol, mas uma base pra minha vida, de educação, trabalho em equipe. Eu saí de lá com 18 anos, então passei grande parte da minha vida lá, desde os 8 anos. Eu cresci e fui educada também no projeto, além da minha casa. Foi um espaço muito importante, que moldou o meu caráter, me fez ter responsabilidades, refletindo nos resultados.
Qual foi o teu sentimento ao ser convocada para as Olimpíadas? Você já esperava?
Meu sentimento foi de êxtase. Eu esperava uma convocação para os treinos, mas quando saiu a convocação oficial, foi o momento em que me dei conta de que o meu sonho foi alcançado, que aquele momento estava acontecendo mesmo, fiquei muito feliz, pois eu sabia que tinha trabalhado muito pra isso acontecer.
Quais foram os maiores desafios durante os jogos? Qual foi o momento mais difícil?
Tiveram muitos desafios antes e durante os jogos. Primeiro, precisávamos acreditar que era possível, pois viemos de um círculo olímpico meio conturbado, sem muitos títulos expressivos, com uma participação não tão boa no mundial. Então trabalhamos muito pra conquistar essa medalha. Foram momentos difíceis. A situação da Tandara foi muito difícil (Tandara Caixeta foi suspensa da final olímpica por doping), mexeu com o grupo, mas a todo o tempo estávamos ficadas pra não deixar nada externo atrapalhar. Então foi uma força mental do grupo muito importante.
Crédito de foto: Inovafoto/ Divulgação
Crédito: Arquivo pessoal
Quais são os teus próximos passos nos campeonatos?
Agora temos o Sul Americano pela frente e depois vou para a Itália para participar do Campeonato Italiano, tem a Supercopa do Brasil e a Champions League da Europa. Quero tentar fazer mais uma boa temporada lá fora, ganhar bastante experiência, já pensando no próximo ciclo.
Já estás focando nas Olimpíadas de Paris, em 2024?
O caminho já está traçado, tem muitas coisas que eu quero realizar até lá pra, talvez, tentar uma vaga nas Olimpíadas de Paris.
Quem é tua inspiração nos esportes?
Eu sempre falo da Fernanda Garay e da Carol Gattar, que são duas pessoas que eu tenho o prazer de conviver junto e me inspiram como atletas e pessoas. São dois exemplos na minha vida.
Rosamaria com a colega e amiga Fernanda Garay (Crédito de foto: Gaspar Nóbrega/ Divulgação / COB)
Você é uma pessoa muito bonita e com personalidade marcante. Pretendes trabalhar como modelo?
Eu não descartaria a possibilidade e gostaria, sim, de fazer alguns trabalhos conciliando com a minha carreira no vôlei. Talvez, quando eu parar (com os campeonatos), vai dar pra focar um pouco mais nisso.
Da redação
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