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Raul Sartori traz as principais notícias do cenário político local - 02/12

Pesquisa revela que no verão 2020/2021, as praias seguirão como principal destino dos viajantes (Foto: Reprodução)

Publicado em 02/12/2020

Turismo barato (Foto: Reprodução)

Em um cenário de retomada gradativa do turismo, pesquisa divulgada pela Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (Braztoa) revela que no verão 2020/2021, as praias (e SC tem isso em fartura) seguirão como principal objetivo dos viajantes, que estão priorizando os destinos nacionais. Detalhe: nas férias de janeiro e no Carnaval, os preços são de 40% a 50% mais baratos do que no Réveillon.

Poder disperso

Quem gosta e quer entender a política de SC, deve ler estudo do grupo de pesquisa Callipolis, da Esag/Udesc, divulgado segunda-feira. Conclui, resumidamente, que as eleições municipais encerradas no último domingo , 29, tiveram como efeito uma dispersão do poder político em SC, com uma menor concentração nos grandes partidos. O poder dos maiores partidos recuou. A força somada de MDB, PSD, PSDB e PP,  de perto de 80%, caiu abaixo de 60%. Também houve recuo dos partidos de esquerda e centro esquerda (PT, PDT, PSB, PSOL e PCdoB), que agora somam menos de 5% da força política estadual. Por outro lado, houve avanço de partidos como DEM, Podemos, Novo, PL, PSL e Republicanos. Para os estudiosos, isso pode ser um indicativo de novas coalizões e novo padrão de disputa partidária nas eleições de 2022 em SC.

Convivência

Há quem queira virar pulga para testemunhar o momento em que Lucas Esmeraldino, que foi um dos primeiros secretários de Estado a ganhar cartão vermelho quando a vice-governadora Daniela Reinehr se tornou interina, se encontrar novamente com ela. Sim, será inevitável uma hora dessas. Lucas voltou ao governo, chamado por Carlos Moisés, para ocupar a Secretaria de Articulação Nacional, em  Brasília. Assim, pelo menos ficarão distantes.

Não um Deus

De seu tranquilo refúgio na aprazível praia do Campeche, no sul da Ilha de SC, o ex-craque da Seleção Brasileira de Futebol, Paulo Cezar Cajú, ganha a vida escrevendo artigos. E muito bem. No de ontem, publicado no portal de Veja, diz numa frase o que muita gente pensa: “Maradona foi gênio da bola, não um Deus acima do bem e do mal”.

Sem privacidade

Ter poder é uma prisão. Que o diga o presidente Jair Bolsonaro, que por decisão da ministra “suprema” Cármen Lúcia, não pode bloquear usuários hostis no Twitter, porque tudo que ele escreve é “oficial”.

Atraso

A urna eletrônica brasileira tem eficiência e confiabilidade atestada e comprovada. Um dos últimos atestados foi dado pela Organização dos Estados Americanos (OEA), esta semana, depois das eleições de domingo, 29. Mas há quem, entre eles Jair Bolsonaro, que quer o atraso, a volta do voto impresso. Valha-me! Pior: já tramita no Congresso a Proposta de Emenda à Constituição do Voto Impresso! Socorro!

O único

Adriano Silva não se tornou apenas o primeiro prefeito eleito - de Joinville -  pelo partido Novo no Brasil. Ele é tido como um exemplo recente e raro de político sem histórico de vinculação à política e políticos tradicionais. Ele é um perfeito “outsider”, como gostam de dizer os analistas. Será alvo de muita observação, análise e vigilância.

Centro

O eleitor mostrou domingo que não mais suporta radicalismos de direita (Bolsonaro e filho) e esquerda (Lula e companhia). Ambos perderam em quase todos candidatos que apostaram. Eleitor consciente quer a página da polarização virada, que os governantes governem e que corruptos sejam presos.

Pensando bem...

O blogueiro Cláudio Umberto foi ao ponto ao concluir que os resultados das eleições mostram que, em 2022, o principal adversário de Bolsonaro continua sendo ele mesmo.

Sombras

A Igreja Católica e seu comando supremo, no Vaticano, tem lá suas esquisitices. Uma delas, e intrigante, porque nunca houve uma explicação oficial, envolve o arcebispo de Salvador, o brusquense dom Murilo Ramo Krieger, que comanda a arquidiocese da capital baiana desde 2011. Ele nunca recebeu o barrete cardinalício, acessório de veste litúrgica usada durante as celebrações, que demostra sua autoridade e seu juizado. Não está só: o mesmo acontece com o arcebispo de Milão, dom Mario Enrico Delpini.

O outro

Com o resultado do julgamento de sexta-feira, 27/11, livrando-o do crime de responsabilidade por ter concedido reajuste salarial dos procuradores do Estado, deve surgir um “novo governador” Carlos Moisés, digamos assim, disposto a honrar a estupenda votação que recebeu de milhões de catarinenses em 2018. O tempo de afastamento o fez repensar muitas atitudes, entre elas a necessidade de diálogo, inclusive com a “velha política” e seus conhecidos personagens. Agora sabe onde há joio e trigo. Fará um governo de coalização, mas o desejo dos catarinenses decentes é que não ceda um milímetro em tudo que for contra a qualquer princípio ético e moral na gestão pública.

Witzel comemora

O governador afastado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, comemorou a absolvição de Carlos Moisés. O ex-juiz também responde junto a um tribunal misto, formado por cinco deputados e cinco desembargadores, e entrega hoje sua defesa no processo. Em rede social afirmou que "o direito prevaleceu sobre a política" e que a decisão, aqui, foi um “recado importantíssimo que o Estado de SC manda para o Brasil”. Disse ainda que divergências políticas devem ser resolvidas com debate de ideias e respeito ao voto.

Perdeu

Jair Bolsonaro perdeu mais uma disputa política. Foi a absolvição de Carlos Moisés. Atuou para o que o resultado fosse o contrário. Tanto que despachou para Florianópolis a advogada da família, Karina Kufa. Tentou tudo para que Daniela Reinehr ficasse no comando do Executivo. Em vão.

Curiosidade

Vários jornalistas tentam descobrir a verdadeira razão – pois existem versões diversas e oficiosas, evidentemente – do ódio que o notório deputado Kennedy Nunes (PSD) tem do governador Carlos Moisés. Ele foi um dos três votos pela condenação do chefe do Executivo na sessão do Tribunal Misto, sexta-feira. Houve quem dissesse que Moisés poderia declinar o motivo, mas prefere se calar. Ou guardar munição para uma hora mais adequada.

Calem-se!

Nas reuniões recentes, por videoconferência, das principais entidades da economia de SC, como Fiesc, Faesc, Fecomércio e Facisc, dentre outras, os participantes (os “donos” do PIB do Estado) não se calam e não raro, de modo explícito, expressam sua contrariedade em relação a Bolsonaro e seus filhos por seus disparates, quase que diários. Temem que causem bloqueios às exportações, principalmente para a China.

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Sobre o autor

Raul Sartori

Jornalista e colunista de política do Imagem da Ilha


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