Padre Vilson relembra encontro com Papa Francisco
Em 12 anos de papado, Francisco mudou a Igreja com gestos de coragem, compaixão e compromisso com os invisíveis

Em março de 2013, o mundo testemunhou um momento histórico: pela primeira vez em mais de 1.200 anos, um papa não europeu era eleito para liderar a Igreja Católica. Jorge Mario Bergoglio, nascido em Buenos Aires, escolhia o nome Francisco em homenagem ao santo que abraçou a pobreza, a simplicidade e os excluídos. Era o início de um papado marcado por coragem, compaixão e uma forte opção pelas periferias do mundo.
Primeiro jesuíta a se tornar Bispo de Roma, Francisco não apenas quebrou protocolos, mas abriu caminhos. Em seus 12 anos à frente do Vaticano, combateu com firmeza os escândalos de pedofilia dentro da Igreja, eliminando o sigilo pontifício que protegia abusadores. Enfrentou a corrupção nas finanças do Vaticano, acolheu imigrantes, defendeu o meio ambiente e promoveu a inclusão de mulheres e de pessoas LGBTQIA+ na vida religiosa.
Francisco também foi a voz daqueles que não têm voz. Repetidamente, defendeu três pilares fundamentais para a dignidade humana: terra, trabalho e teto. Um tripé de justiça social que inspirou e mobilizou milhões em todo o mundo — incluindo um padre catarinense com uma missão semelhante.
Encontro com o Papa marcou minha vida, diz Padre Vilson sobre audiência no Vaticano.
Em 2016, Padre Vilson Groh, conhecido por sua atuação social nas periferias de Florianópolis, teve um encontro marcante com o Papa. A audiência privativa foi marcada após um jornalista do Vaticano apresentar ao pontífice a história do sacerdote brasileiro. As palavras do Papa naquela ocasião ecoam até hoje na memória de Vilson:
“O seu trabalho é junto aos pobres, é na periferia. Seu trabalho é construir pontes na vida de uma cidade, de um país, que é o que eu faço.”
Para o padre, o momento teve um significado profundo. “Quando me encontrei com o papa Francisco, era como se me encontrasse com o rosto de Jesus”, conta.
Com a recente partida do Papa Francisco, o Instituto Vilson Groh (IVG) e toda sua equipe expressaram profundo pesar. Em nota, destacaram o impacto transformador do pontífice na Igreja e no mundo:
“O mundo estará um pouco mais triste com a passagem de Francisco, entretanto as sementes plantadas por ele irão florescer em todos os corações daqueles que querem genuinamente construir um mundo justo, solidário e fraterno", afirmou Padre Vilson.
Francisco deixa como legado uma igreja mais aberta, humana e presente nas margens. Uma igreja que, como ele próprio afirmou tantas vezes, deve ser "um hospital de campanha", acolhendo, cuidando e curando.
E, em cada periferia onde nasce uma ponte, floresce um projeto social ou uma vida é resgatada pela solidariedade, vive também um pouco do olhar e da missão de Francisco — o papa que escolheu os pobres.
Da redação
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