Imagem da Ilha

Ela lembra com nostalgia da época em que Florianópolis tinha aparência interiorana com áreas rurais que se estendiam a todos os bairros da cidade. Porém, há sete décadas ela fixou moradia no João Paulo. E mais: nossa Personagem da Semana mora, desde então, na primeira casa construída naquele bairro.

Rumo aos 90 anos de idade, dona Dilma conta que, naquela época, a capital catarinense abrigava muitas chácaras, inclusive a da sua família, no bairro Itacorubi, e lembra que, quando criança, andava a cavalo e ajudava os pais com o cuidado dos animais. “Tínhamos umas quarenta vacas”.

Grande parte da alimentação era oriunda de produção própria, o que garantia a qualidade dos alimentos que eram colocados à mesa para ela, os pais e os oito irmãos. “Não tínhamos dinheiro, mas tínhamos muita comida boa vinda da roça”, conta.

Após 70 anos, dona Dilma vive com a família na mesma casa, a primeira construída no bairro João Paulo
 

Porém, na juventude conheceu o seu então futuro marido, que veio com a família, da Síria, no Oriente Médio, para o Brasil, a fim de fugir da guerra. “Sempre existiu guerra naquele local”, ressalta dona Dilma. Aos 18 anos, eles se casaram e construíram a casa onde ela mora com sua família até hoje.

Os anos passaram, a capital catarinense se modernizou, mas Dona Dilma permaneceu no mesmo local, após 70 anos, pois conta que lá cravou sua raiz. Cheia de vitalidade, ela não abre mão de organizar as demandas da casa: vai ao mercado, cozinha, lava as roupas e cuida do quintal, onde cultiva banana, aipim e outros alimentos, preservando, assim, os hábitos saudáveis que a mantêm cheia de disposição.

Da redação

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