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SC e DF são os Estados que mais dão valor a imóveis retornados

Primeira edição do “Mapa Nacional dos Imóveis Retornados” revela que apenas 8% das casas dos catarinenses estão um desconto superior a 40% na hora da venda, enquanto, no resto do País, 35% de imóveis retornados atingem essa faixa de deságio. Em anexo, segue a planilha com dados de cada unidade da federação.

Publicado em 21/10/2019

O preço médio de uma casa retornada em Santa Catarina – denominação para os imóveis que foram recuperados pelos bancos após a inadimplência do mutuário – é de R$ 112,7 mil. Além de ter um tiquet médio superior em relação à média nacional (R$ 97 mil), o Estado só perde para o Distrito Federal no ranking dos lugares que menos dão desconto na negociação desses ativos. Apenas 8% das casas dos catarinenses estão um desconto superior a 40% na hora da venda, enquanto, no resto do País, 35% de imóveis retornados atingem essa faixa de deságio.

Esses dados fazem parte da pesquisa “Mapa Nacional de Imóveis Retornados”, realizada pela maior plataforma de vendas e serviços online de casas e apartamentos recuperados, a Resale. Nesta primeira edição do estudo, a amostra usou as informações da Caixa Econômica Federal (CEF), numa base de 18.883 imóveis disponíveis para venda, todos retornados ao banco.

No Brasil, perto de 60% dos imóveis retornados ao mercado pelos bancos por motivo de inadimplência de seus antigos mutuários estão sendo vendidos com descontos de 30% a 50% do seu valor. De um modo geral, o desconto médio para as unidades ainda ocupadas por moradores é de 33% em todo o País, enquanto aquelas que se encontram vazias têm um preço 24% menor. Quem compra uma casa retornada ainda consegue um deságio maior (34%), se comparado com a escolha de um apartamento (30%).

 “A cada três meses, atualizaremos esses números com o objetivo de incluir os imóveis retornados ao mercado nos principais indicadores do setor imobiliário”, explica o fundador da Resale, Marcelo Prata. Segundo ele, trata-se de um segmento com grande potencial para crescer no País. Hoje, existem cerca de 90 mil imóveis retornados pelos bancos. Somando as cinco maiores instituições financeiras do país – Banco do Brasil, Itaú Unibanco, Bradesco, Santander e CEF –, o valor dos bens retornados ultrapassa R$ 18 bilhões.

Se antes, os bancos utilizavam somente os sites de leilões para vender esses imóveis, hoje já existem plataformas como a Resale, que agrega diversas modalidades de venda (leilão, venda direta ou concorrência) para pessoas físicas e jurídicas interessadas neste ativo. O site da Resale é www.resale.com.br.

“Tradicionalmente, a comercialização desses imóveis era voltada apenas aos investidores experientes, mas agora começamos a ver investidores iniciantes ou mesmo o próprio consumidor final se interessar por esse tipo de imóvel.”

O especialista acredita que o deságio dos imóveis retornados tende a ser maior, pois essa conta costuma ser feita a partir de uma avaliação do banco no momento da concessão do crédito. Dependendo da época em que o financiamento aconteceu, pode ter havido uma valorização do metro quadrado naquela região. Segundo ele, o banco de dados da Resale conta com imóveis de diversas instituições financeiras de todo o País, mas a escolha da Caixa para o monitoramento dos dados ocorre em virtude de ela ser o maior banco de crédito imobiliário do Brasil, responsável por 70% dos financiamentos.

Nesta semana, a plataforma inaugurou sua nova interface, agregando inteligência artificial no sistema de busca de imóveis conforme o perfil do comprador. Entre as funcionalidades, o site estreou uma assistente virtual – a robô Rosie –, que aprende com o internauta suas preferências do imóvel (localização, valor, casa térrea e outras) para avisá-lo assim que aparecer uma oportunidade condizente com os critérios escolhidos.

Da Redação