Saúde alerta para aumento de casos de dengue no Estado
Santa Catarina já registra mais de 500 casos de dengue em 2022. O número acende um alerta sobre os cuidados e prevenção contra a doença. De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde, por meio da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE), a maior incidência está na região Oeste, que concentra aproximadamente 87% dos casos autóctones de todo o estado.
No total, 119 municípios catarinenses estão infestados pelo mosquito Aedes aegypti, transmissor de três doenças: dengue, zika vírus e chikungunya. Esse dado representa um incremento de 10,2% em relação ao mesmo período de 2021, que registrou 108 municípios nessa condição.
Outro dado preocupante: 26 municípios registram transmissão de dengue em 2022, sendo que quatro deles estão em situação de epidemia, ou seja, registram uma taxa de incidência de mais de 300 casos da doença por 100 mil habitantes. São eles: Seara, Belmonte, Romelândia e Itá.
“Para saber o risco de transmissão da dengue, olhamos para a quantidade de municípios infestados. Isso nos indica onde está o mosquito e, atualmente, ele está disseminado pelo estado. Ele não vem de fora. Então, os cuidados básicos de prevenção precisam ser constantes, ao longo de todo ano e reforçados especialmente neste momento de transmissão da doença”, alerta João Augusto Brancher Fuck, diretor da DIVE.
Ações
A prevenção da dengue depende de uma ação conjunta entre o poder público e a população. “Manter os cuidados básicos, ou seja, eliminar os locais que possam acumular água ainda é a melhor maneira de prevenir as doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. Descartar corretamente o lixo, manter piscinas e calhas limpas, não acumular entulho, são atitudes que precisam virar rotina. Não esquecer também os objetos maiores, como as caixas d’água, que precisam ser tampadas”, relembra Ivânia Folster, gerente de zoonoses da DIVE.
O estado está mobilizado e apoia os municípios nas ações de vigilância e controle da dengue. “Uma equipe da Diretoria está há duas semanas na região Oeste e deve permanecer mais alguns dias por lá. A Secretaria de Estado da Saúde presta apoio técnico aos municípios, ajudando na identificação das áreas de transmissão e com forças–tarefa para eliminar os criadouros do mosquito, inclusive com a aplicação de inseticidas, quando necessário”, reforça João Fuck.
Na próxima quarta-feira, 23, representantes da SES estarão em Chapecó para realizar uma reunião com os secretários municipais de saúde e com os técnicos das vigilâncias Epidemiológica e Ambiental dos municípios das regiões do Alto Uruguai Catarinense, Extremo Oeste, Oeste e Xanxerê com o objetivo de analisar o cenário epidemiológico e elencar ações a serem realizadas para prevenção da doença.
Dengue
Normalmente, a primeira manifestação da dengue é a febre alta (39° a 40°C) de início abrupto, que tem duração de dois a sete dias, associada à dor de cabeça, fraqueza, dores no corpo, nas articulações e no fundo dos olhos. Manchas pelo corpo estão presentes em 50% dos casos, podendo atingir face, tronco, braços e pernas. Perda de apetite, náuseas e vômitos também podem estar presentes.
“As pessoas que apresentarem os sintomas da doença devem procurar atendimento em um serviço de saúde. Da mesma forma, a rede de assistência precisa estar alerta para identificar essas suspeitas, realizando o manejo clínico conforme a indicação do fluxograma de classificação de risco e manejo dos pacientes. A condução oportuna dos casos suspeitos permite evitar o agravamento do quadro e inclusive a evolução para o óbito”, salienta o diretor.
Boletins semanais
A partir dessa semana, os boletins sobre a situação da vigilância entomológica do Aedes aegypti e a situação epidemiológica de dengue, chikungunya e zika vírus no estado passam a ser divulgados semanalmente. “É importante destacar que outras regiões de Santa Catarina também vêm registrando casos da doença, assim como outros municípios devem entrar em situação de epidemia nos próximos dias. Os cuidados precisam se estender para todo o estado, sendo que o monitoramento semanal do cenário epidemiológico permite o acompanhamento da situação e auxilia no direcionamento das medidas a serem intensificadas”, destaca João Fuck.
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Da redação
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