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Profissão influencer é discutida dentro das escolas

Foto: Reprodução/Internet **Clique na imagem para ampliar

Publicado em 27/04/2022

Antes consideradas apenas ferramentas de entretenimento, as redes sociais hoje são fonte de renda - e renda milionária - para muitos jovens - e outros nem tão jovens assim. Os influenciadores digitais arrastam multidões de fãs que fariam inveja à banda de rock mais badalada dos anos 1990, por exemplo. Donos de centenas de milhões de seguidores, assinam contratos milionários com marcas das mais diversas, de roupas a comida, passando por companhias aéreas e sites de apostas esportivas.

Temos dois exemplos de influencers de sucesso em Florianópolis, que já se projetaram em território nacional e também no exterior. Ceres Azevedo é influencer e colunista de Lifestyle do Imagem da Ilha. Em seu Instagram, ela dá dicas de moda, beleza, viagens, autoconhecimento, dentre outros temas, para as mulheres 50+. Já o "Mustache" Bernardo Soares já acumula milhões de seguidores em seu perfil no Tik Tok, onde faz reviews de restaurantes e locais inusitados pelo mundo. 

Há apenas uma geração, era impensável estimular adolescentes a ganhar dinheiro fazendo fotos e vídeos na internet. Atualmente, essa é uma realidade que já não pode ser ignorada. E, entre as mudanças trazidas pelo Novo Ensino Médio, está a possibilidade de discutir e trabalhar temas como a influência digital dentro da escola, sob o amplo guarda-chuva dos itinerários formativos.

A coordenadora editorial do Sistema Positivo de Ensino, Milena dos Passos Lima, explica que há muitos benefícios em usar esse tipo de abordagem. “O influenciador digital tem que entender sobre mídia digital e linguagem, determinar o público-alvo, compreender gêneros textuais. Então, falando sobre isso, desenvolvemos habilidades como criatividade, argumentação, comunicação e senso crítico, uma série de aprendizados”, enumera.

Para a especialista, trazer esse tipo de assunto para dentro da escola é uma forma de atualizar os conteúdos trabalhados em sala de aula. “Esse é um tema que aparentemente estaria fora do currículo escolar, mas o currículo é vivo, está sempre se modificando e deve refletir o tempo em que está sendo aplicado”, reforça. De acordo com a lei do Novo Ensino Médio, há cinco itinerários que podem ser combinados: Linguagens, Ciências Humanas e Sociais, Ciências da Natureza, Matemática e Técnico Profissionalizante.

Além disso, os itinerários precisam estar organizados em quatro eixos: processos criativos, mediação e intervenção sociocultural, investigação científica e empreendedorismo. No caso dos influenciadores digitais, o assunto conversa perfeitamente com o eixo dos processos criativos. “Ter um itinerário que traga esse tema, não quer dizer que o aluno será influenciador, mas, com essas temáticas atualizadas e aprofundamentos interessantes, estimulamos os jovens a pensar em novas carreiras”, diz.

Da redação

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