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A temporada das baleias-francas no sul do Brasil terminou com resultado melhor que o esperado. Foram 228 baleias registradas por meio de fotografias, incluindo o nascimento de mais de 100 filhotes no litoral catarinense, e o resultado foi compartilhado pela Dra. Karina Groch, diretora de pesquisa do ProFRANCA/Instituto Australis, com sede em Imbituba (SC), junto a especialistas internacionais durante um workshop realizado na última semana na Praia do Forte (BA).

O IMMA Workshop (sigla para Important Marine Mammal Areas) discutiu sobre áreas importantes para mamíferos marinhos na região do Oceano Atlântico Sudoeste. “Foi muito importante podermos levar ao conhecimento de profissionais de renome mundial, como o Dr. Erich Hoyt, os resultados que tivemos nesta temporada e o trabalho desenvolvido no ProFRANCA, patrocinado pela Petrobras, que subsidiam a criação de outras iniciativas para a conservação da espécie”, afirma Karina. Hoyt (Inglaterra) é um dos coordenadores da iniciativa IMMA, membro da IUCN (União Mundial para Conservação da Natureza) e da WDCS (Sociedade para a Conservação das Baleias e Golfinhos), além de autor e coautor de 25 livros, alguns traduzidos em 16 línguas.

No encontro foram propostas 36 regiões candidatas ao status de ‘Áreas Importantes para Mamíferos Marinhos (IMMAs)’, incluindo o litoral do sul do Brasil, de extrema importância para a recuperação populacional das baleias-francas. As áreas propostas passarão por um comitê de avaliação ao longo dos próximos 6 meses para, posteriormente, se aprovadas, serem divulgadas.

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O Projeto ProFRANCA encerrou a temporada de 2022 com o evento Sunset Migration 2022, celebrando o ótimo resultado e a migração das baleias para sua área de alimentação, na Antártida. Foi realizado em frente à sede do Projeto, no Centro Nacional de Conservação da Baleia Franca, na praia de Itapirubá Norte, com entrada franca e muitas atrações para adultos, jovens e crianças.

“Contamos com uma aguerrida equipe que tem se aprimorado cada vez mais na missão de conservação desta espécie, ainda ameaçada de extinção”, reforça Karina. Segundo ela, este ano o ProFRANCA focou seu trabalho principalmente na pesquisa e monitoramento das baleias, a partir de terra, saídas embarcadas e sobrevoo, além de embarques junto a pescadores e ações de educação ambiental. “Estamos iniciando uma nova fase, ampliando as ações e pesquisas. Foram cerca de 30 pessoas nesta força-tarefa, entre pesquisadores, bolsistas de iniciação cientifica, estagiários, e voluntários”, explica.

Foram monitorados diariamente 15 pontos fixos ao longo da APA da Baleia Franca, de agosto a novembro, e sobrevoados 380 quilômetros de costa, entre o litoral de Santa Catarina e o litoral norte do Rio Grande do Sul, por meio do monitoramento aéreo.

O resultado desta temporada foi próximo ao de 2018, quando foram cerca de 270 baleias registradas. “Se fôssemos seguir o ciclo reprodutivo da espécie, esperaríamos um retorno desta grande quantidade em um intervalo de três anos, ou seja, no ano passado. Isso mostra o quanto ainda temos de ampliar nosso conhecimento para desvendar os fatores que interferem no ciclo de vida destes mamíferos. Neste ano foram apenas dois encalhes de filhotes, um número triste, porém pequeno e dentro da média”, diz Karina.

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De acordo com ela, a equipe está cada vez mais empenhada em pesquisar e monitorar a recorrência de exemplares da espécie, a reprodução e a amamentação de filhotes em baías e enseadas, além dos possíveis impactos de intervenções humanas ao longo do litoral. “Outra frente de atividades é um bem-sucedido trabalho de educação ambiental, realizado no Centro Nacional, em Imbituba, e em escolas e eventos pela região da Rota da Baleia Franca.

Dra. Karina Groch, diretora de pesquisa do ProFRANCA/Instituto Australis, no sobrevoo
 

De acordo com Daiana Bezerra, coordenadora de Educação Ambiental, “nesta temporada tivemos cerca de 3,2 mil visitantes que conheceram mais sobre a baleia-franca e se encantaram com o mundo marinho. Para nós ter esse contato com o público é fundamental na conscientização da conservação da baleia-franca”.

O ProFRANCA - Projeto Franca Austral - é realizado pelo Instituto Australis e conta com patrocínio da Petrobras e do Governo Federal, por meio do Programa Petrobras Socioambiental.

Para saber mais: www.baleiafranca.org.br e @institutoaustralis.

Da redação

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