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O mau uso da internet torna pessoas menos inteligentes, diz neurocientista

Segundo o Professor Doutor Fabiano de Abreu, crianças são as mais afetadas já que entram em contato com celulares desde cedo (Foto: Reprodução/Internet)

Publicado em 22/03/2022

Quais são os efeitos a longo prazo do uso excessivo da internet? De acordo com o neurocientista Doutor Fabiano de Abreu, o uso inadequado das redes reduz a inteligência, diminui o foco atencional e prejudica o processo de memorização. Em seu artigo publicado na revista científica Ciencia Latina, o especialista em neurociência detalha o impacto das redes nas capacidades cognitivas individuais e na sociedade como um todo. 

Há justificativas científicas para a internet ser tão viciante: “as experiências virtuais, com destaque ao uso das redes sociais, são moldadas para proporcionar prazer ao usuário”, explica Fabiano de Abreu. “Conforme a pessoa navega e sente prazer, o cérebro libera hormônios associados ao bem estar, como endorfina e dopamina. Esse prazer momentâneo condiciona as pessoas a usarem cada vez mais as redes sociais, culminando em uma prática viciosa onde o cérebro busca cada vez mais dopamina”, pontua o neurocientista.  

O ciclo vicioso do uso da internet não envolve apenas prazer: a longo prazo, o indivíduo passa a sentir também ansiedade - seja por buscar por mais prazer com as redes ou por não obter o prazer esperado: “o ciclo de realização nos coloca em uma ansiedade que prejudica a atenção e provoca a ausência de foco. Com isso, não há memorização e, sem memorização, não há aquisição de conhecimento. Com menos conhecimento, nos tornamos menos inteligentes”, afirma o Dr. Fabiano de Abreu. 

De acordo com o neurocientista, as crianças são as mais afetadas pelo mau uso da internet: “cada vez mais cedo as crianças passam a ter contato com tablets e celulares. Isso faz com que elas sejam as mais prejudicadas. Uma evidência disso é que cresce continuamente a quantidade de jovens que apresentam dificuldade para tarefas de leitura e memorização”, constata o neurocientista Fabiano de Abreu. 

Em seu estudo, o especialista em neurociência defende que é necessário que sejam tomadas medidas para reverter esse processo: “se nada for feito, a inteligência humana será reduzida consideravelmente com o decorrer dos anos e isso será passado para as próximas gerações”, constata o Dr. Fabiano de Abreu. Além dos impactos cognitivos, o neurocientista adverte que o uso excessivo de internet pode prejudicar a saúde psicológica e emocional, tornando o indivíduo mais suscetível a doenças como ansiedade e depressão. 

Da redação

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