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'Nossa cidade fica com as mãos amarradas', diz Gean Loureiro sobre medidas do Estado

Foto: Divulgação/PMF

Publicado em 21/04/2020
O prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro, divulgou nesta terça-feira (21), uma carta em que diz que as medidas generalizadas do governo do Estado deixam a cidade com as "mãos praticamente amarradas". Segundo ele, não há como manter a proibição da reabertura à economia se um município vizinho decide pela liberação. O prefeito alegou, ainda, que com a proibição do comércio de rua em Florianópolis, a população acabou fazendo compras nos municípios vizinhos. 
 
O afrouxamento das medidas, conforme o prefeito, levará a fiscalizações mais intensificadas. Por fim, Loureiro reforça a permanência em casa. Confira a carta na íntegra: 
 
"Com medidas generalizadas para todo o Estado, nossa cidade fica com opções muito limitadas e com as mãos praticamente amarradas. Florianópolis não é uma cidade isolada. Fazemos parte de uma região com 22 municípios, com fronteiras tão próximas que muitas pessoas têm dificuldade em saber onde começa o limite de um e termina o de outro. 
 
Se um município da região libera as atividades, como um prefeito do município vizinho pode proibir? Vamos ser realistas. Tentamos fazer isso na semana passada. Aqui diversas atividades, como o comércio de rua, estavam proibidas. O que aconteceu? As pessoas foram fazer suas compras no município ao lado, e vai ser assim também com as novas atividades liberadas.  Seria uma batalha perdida ir contra essa realidade. Portanto, Florianópolis vai acompanhar o decreto estadual. Mas estamos dispostos a discutir com municípios vizinhos critérios para essa liberação.
 
Quero crer que essa decisão, tomada pelo Governo Estadual, esteja amparada em amplos estudos científicos e rígidos critérios técnicos. Afinal, a gestão dos hospitais em Florianópolis está a cargo do governo estadual e terá que ter capacidade de atendimento para responder imediatamente a eventuais aumentos de casos. 
 
Felizmente, nessas últimas semanas, nós conseguimos grandes avanços em Florianópolis. Nos preparamos, compramos equipamentos, estamos usando máscaras. Fomos a primeira cidade do país a fazer testes em passageiros que chegam no aeroporto; estamos testando todos os casos suspeitos, e conseguimos monitorar diariamente o avanço da doença. Todas as UPAs da prefeitura já tem respiradores. Compramos meio milhão de máscaras para saúde, e estamos distribuindo 50 mil máscaras para famílias mais carentes.  Também adquirimos centenas de milhares de luvas, toucas, medicamentos, 50 toneladas de álcool gel, e muito mais. E, implementamos o Alô Saúde , uma iniciativa inédita no país, que já atendeu mais de 40 mil pessoas, evitando a sobrecarga nos postos de saúde.
 
Por isso, já que é uma decisão consolidada, nos resta aumentar o rigor na fiscalização, bem como a estrutura de acompanhamento epidemiológico. E vamos precisar de todos para ajudar a fiscalizar cada estabelecimento a cumprir as regras de saúde. Estamos fazendo tudo o que é possível para enfrentar essa pandemia, mas não vamos vencer essa luta sozinhos. Só saia às ruas se for realmente necessário. Se puder, fique em casa. E, peço a todas as empresas que tiverem condições, que continuem em home office. Usem máscaras, cumpram, fiscalizem, denunciem. "