Dívida pública sobe com juros altos e dólar valorizado
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A Dívida Pública Federal (DPF) registrou crescimento em 2024, alcançando R$ 7,316 trilhões, uma alta de 12,2% em relação ao ano anterior, quando somava R$ 6,52 trilhões. Os dados, divulgados na terça-feira (4) pelo Tesouro Nacional, mostram que apenas em dezembro houve um avanço de 1,55%, partindo de R$ 7,204 trilhões em novembro.
Mesmo com o aumento, o valor da dívida seguiu dentro da faixa projetada no Plano Anual de Financiamento (PAF), atualizado em setembro de 2023, que previa um intervalo entre R$ 7 trilhões e R$ 7,4 trilhões para o fim do ano.
Composição da dívida
A Dívida Pública Mobiliária interna (DPMFi), formada por títulos emitidos no mercado doméstico, atingiu R$ 6,967 trilhões, um crescimento de 11,13% em relação a 2023. O Tesouro Nacional emitiu R$ 24,82 bilhões a mais do que resgatou, com destaque para os papéis indexados à Selic. Além disso, a maior influência sobre a variação do estoque foi a apropriação de R$ 673,875 bilhões em juros, processo que reflete a correção dos títulos ao longo do tempo.
No mercado externo, a Dívida Pública Federal externa (DPFe) aumentou 38,87%, saltando de R$ 251,46 bilhões para R$ 349,19 bilhões. Esse avanço foi impulsionado pela valorização do dólar, que subiu 27,3% ao longo do ano, influenciado por fatores como o adiamento na redução de juros nos Estados Unidos, o período eleitoral no país e debates sobre mudanças na tributação do Imposto de Renda no Brasil.
Reserva financeira e perfil da dívida
O colchão da dívida pública, reserva utilizada para momentos de volatilidade ou vencimentos concentrados, recuou de R$ 982,37 bilhões para R$ 860,15 bilhões no fim de 2024. Atualmente, essa reserva cobre 6,24 meses de vencimentos, menor patamar desde fevereiro de 2016. No período de 12 meses seguintes, estima-se o vencimento de aproximadamente R$ 1,25 trilhão em títulos.
A participação dos títulos atrelados à Selic aumentou de 39,66% para 46,29%, enquanto a fatia dos prefixados caiu de 26,53% para 21,99%. O percentual dos títulos vinculados à inflação também recuou, de 29,76% para 26,96%. Já a parcela da dívida atrelada ao câmbio subiu de 4,05% para 4,76%, dentro da faixa estabelecida pelo PAF, que varia entre 3% e 7%.
O prazo médio para vencimento da dívida teve leve alta, passando de 3,95 para 4,05 anos, refletindo a confiança dos investidores na capacidade de pagamento do governo.
Perfil dos credores
As instituições financeiras mantiveram-se como os principais detentores da dívida pública interna em 2024, com 29,5% de participação. Em seguida, aparecem os fundos de pensão (23,9%) e os fundos de investimento (21,7%). A fatia de investidores estrangeiros também cresceu, subindo de 9,5% para 10,2%, mesmo com a instabilidade no mercado global. Os demais grupos somam 14,8% da dívida.
A dívida pública é um mecanismo pelo qual o governo capta recursos junto a investidores para financiar despesas e compromissos financeiros, com a promessa de pagamento futuro, acrescido de correções que podem ser baseadas em diferentes índices, como a Selic, a inflação ou o câmbio.
Da redação
Fonte: RCN
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