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Coronavírus: como as famílias podem contribuir para educação dentro de casa

Foto: Divulgação

Publicado em 20/03/2020

O movimento nas escolas já está super fraco, afinal, a recomendação é clara: evitar aglomerações. Dentro de casa, afastados do convívio com outros jovens, e sem poder recorrer a casa dos avós, fica a árdua tarefa dos responsáveis de conciliar trabalho e atividades que os mantenham na rotina. Para as famílias que irão nos próximos dias transformar a casa num verdadeiro coworking, Leonardo Lopes, gerente educacional de uma rede de escolas que tem por objetivo democratizar o acesso à educação de qualidade por meio de práticas inovadoras, separou algumas dicas que podem vir bem a calhar. 

“Neste momento em que os familiares têm que dar conta do trabalho, da casa e dos filhos, a primeira dica é certificar as configurações de privacidade e segurança dos dispositivos conectados à internet. Precisamos ter em mente que não será possível vigiá-los 24 horas por dia, então, se alguns acessos já estiverem bloqueados, como salas de bate papo com desconhecidos, é uma coisa a menos para se preocupar”, sugere o educador. Depois, a dica é convidar as crianças e jovens a criarem, juntos, uma programação de tarefas. “É preciso estimular a criatividade, habilidade que na escola é desenvolvida em diversas atividades. Em casa, a pergunta que se pode fazer é ‘o que podemos fazer para brincar?’ e deixar que as próprias ideias, vindo deles, sejam de fato realizadas nesse período”, completa. 

Atividades que sejam compatíveis com a idade são essenciais e a internet deve ser explorada para ajudar. Aos menores, por exemplo, atividades de pintura, recorte e colagem são ótimas para o desenvolvimento da criatividade e coordenação motora fina. Um exercício que pode ser facilmente adaptado é o recorte de móveis de revista ou impressos da internet e que podem ser usados para reorganizar cômodos da casa. “Com as suas devidas proporções, é possível desenhar a planta da casa/dos cômodos e deixar que os pequenos façam a disposição que eles acharem mais legal. É até uma oportunidade para nós, adultos, desenvolvermos um outro olhar sobre nosso lar”, sugere. Pesquisar sobre cores para propor determinadas pinturas ou apontar lápis para usar a casquinha e fazer colagem sobre objetos e desenhos são outras formas de, mesmo dentro de casa, continuar desenvolvendo as habilidades básicas.   

Já os jogos de tabuleiro são sempre bem-vindos e é uma ótima oportunidade de confraternizar com a família inteira. Para os pequenos, o jogo de mímica desenvolve a consciência corporal e a lateralidade; para os mais velhos, jogos de estratégia que unem com conhecimentos de geografia e história instigam o raciocínio lógico. Mas não é só o cérebro que precisa ser treinado; o acúmulo de energia será ainda mais perceptível nos próximos dias, já que as atividades físicas não devem acontecer, por orientações médicas. “É preciso que os jovens extravasem essa energia, então, brincadeiras de dança ou apps de realidade virtual que simulem atividades ao ar livre podem ser um meio deles não ficarem completamente parados”, comenta Leonardo. 

Por fim, para a turma que já está na fase pré-vestibular, os próximos dias podem ser uma oportunidade e tanto para tirar dúvidas com professores, já que a maioria das escolas continuarão a atender por meio de plataformas online. Aproveitar para ler um livro, assistir documentários, pesquisar sobre conteúdos disciplinares no youtube ou acessar portais oficiais e treinar para provas do ENEM ou das universidades desejadas é uma forma de ‘não perder tempo’ em casa. 

Mas, para o gerente, as dicas acima só fazem sentido se os responsáveis souberem entender e respeitar o momento de cada um.

“É preciso preservar o querer e o tempo de cada criança, buscando atividades que estimulem principalmente a criatividade. Para quem já está nas séries mais avançadas, vale auxiliar na gestão do tempo, tendo em vista que o que a eles compete é a prática do conhecimento e, com abordagens diferentes, a educação física, que segue o mesmo princípio de motricidade e consciência corporal”, conclui. Independente da idade da criança ou do jovem, os próximos dias vão exigir de todos disciplina, solidariedade e paciência, afinal, para todos nós serão dias atípicos, mas que não precisam ser traumáticos. 

Da Redação