Conheça os finalistas do Prêmio AF de Arte Contemporânea 2019
Uma das mais importantes premiações do circuito de artes de Santa Catarina, o Prêmio AF de Arte Contemporânea já tem os três finalistas da edição 2019: Anna Moraes, Cyntia Werner e Romeu Silveira. Eles irão mostrar seus trabalhos em exposição coletiva na Fundação Cultural Badesc, na Capital, em outubro. O grande vencedor será anunciado na abertura da mostra, no dia 10/10, e como prêmio fará uma residência artística de três meses na Cité Internationale des Arts, em Paris.
Os artistas foram selecionados pelo júri formado por Rosângela Cherem, doutora em história e literatura, professora, curadora e pesquisadora em artes; Ylmar Corrêa Neto, curador e colecionador de artes; e Diego Groisman, historiador da arte, mestrando em artes visuais e gestor de espaço de artes no Rio Grande do Sul. Coincidentemente, os selecionados trabalham com diferentes mídias: desenho, fotografia e múltiplos suportes. Em comum, uma trajetória consistente e produção atenta às discussões da atualidade.
— Escolhemos artistas que tinham coerência de poética e com obra pertinente de fartura nas linguagens contemporâneas. Nós nos baseamos em artistas que têm potencial para entrar numa interlocução e disputar a bolsa de residência na França, considerando que essa experiência será um acréscimo no currículo — destaca a pesquisadora Rosângela Cherem.
Para a diretora da Aliança Francesa de Florianópolis, Solène Leblanc-Maridor, a seleção enaltece três artistas que já têm um percurso de reflexão sobre a própria produção artística.
— Estou convencida de que o primeiro colocado saberá aproveitar a residência de três meses na Cité internationale de Arts, em Paris, para dedicar-se a um projeto de criação que pode marcar sua produção — diz.
Prêmio evidencia linguagem contemporânea
Nesta edição do prêmio promovido pela Aliança Francesa, buscou-se valorizar a caminhada de artistas de Santa Catarina. Por isso a avaliação se deu a partir do portfólio apresentado, sempre com o cuidado de apresentar à cena artistas novos e que podem ainda ocupar seus espaços.
— Não tinha conhecimento do circuito de artes de SC e fiquei positivamente impactado. A escolha foi baseada em artistas que trabalhassem com linguagem contemporânea e com temas atuais. Não necessariamente engajados, mas atentos às discussões de hoje no mundo — pontua o curador gaúcho e jurado Diego Groisman.
Para o colecionador e curador de Florianópolis Ylmar Corrêa, também jurado nesta edição, essa conexão aos problemas contemporâneos aparece na obra dos artistas a partir de propostas interessantes de se refletir hoje em dia, seja porque discutem a vida que vivemos ou porque evocam a evolução da arte propriamente dita:
— Os jogos e brincadeiras de Cyntia Werner, os desenhos e formas de Anna Karoline de Moraes Silva, passando pela fotografia e palavra do Romeu Josué da Silveira Junior — detalha Corrêa.
Conheça os finalistas:
Anna Karoline de Moraes Silva
Anna de Moares (1988) é artista visual, mestre em Teoria e História da Arte (Udesc), pós-graduada em Gestão Cultural. Nasceu em Foz do Iguaçu e mora em Florianópolis há 15 anos. Pesquisa diferentes entendimentos acerca do desenho contemporâneo e possibilidades de reflexão teórica partindo da imagem. Seu processo artístico apreende questões do fazer por meio de desenhos em diferentes suportes, compreendendo noções da linha, da repetição e da multiplicidade de imagens que derivam em diferentes formas. Desde 2010 participou de diversas exposições coletivas e individuais em Santa Catarina. Em 2016, lançou a publicação Pequeno Manual de Desenhos Cotidianos, e, em 2018, a publicação Desenhando a História da Arte Brasileira. Seus trabalhos partem do desenho e da investigação da linha na composição de corpos e volumes.
Cyntia Werner
Cyntia Werner (1979) é artista visual e sua produção compreende diversas modalidades: desenhos, gravuras, instalações, esculturas e objetos, entre outros. É doutoranda em Artes Visuais (Udesc) e tem graduação em Artes Visuais e Comunicação Social (PUC-PR). Participou de significativas exposições coletivas e individuais pelo país, com destaque para galerias como Blau Projects e Casa Triângulo, e salões de arte como 63º Salão de Abril e Salão Elke Hering. O tema do jogo constitui a pesquisa de sua prática artística. Jogo não como forma de passatempo ou distração, mas o jogo organizado, aquele que determina regras e cria um ambiente próprio pra sua execução. O "faz de conta” que gera um distanciamento do que entendemos por cotidiano e rotineiro.
Romeu Josué da Silveira Junior
Romeu Silveira (1988) vive e trabalha em Itajaí. É artista visual, fotógrafo, designer gráfico, diretor de arte, escritor e apropriador com graduação em Comunicação Social (Univali). Já teve seus trabalhos expostos em coletivas. Define sua obra como uma intersecção entre fotografia e apropriação, literatura, artes visuais e publicações de artista, além de desdobramentos impressos como colagem, arte postal e arte xerox. Tem focado suas pesquisas em escrita criativa/não criativa, literatura e poesia visual e nas possibilidades de desenvolver essas práticas em paralelo ou em conjunto às experimentações gráficas e fotográficas. A descontextualização e a criação de novas narrativas são uma constante na sua produção.
O Prêmio Aliança Francesa de Arte Contemporânea 2019 é viabilizado por meio da Lei de Incentivo à Cultura. Patrocínio da ENGIE. Apoio do Consulado da França em São Paulo, do Institut Français, do Institut Français do Brasil e da Fundação Cultural Badesc. A coordenação é Marte Inovação Cultural. Realização da Aliança Francesa de Florianópolis, Secretaria Especial da Cultura, Ministério da Cidadania e Governo Federal.