“A mulher do General e a outra” traz reflexões sobre poder e moral

Uma das montagens mais intrigantes do teatro catarinense contemporâneo será apresentada nos dias 13 e 14 de junho, às 20h, no Teatro da Ubro. “A mulher do general e a outra”, produzida pelo consagrado Grupo de Teatro O Dromedário Loquaz, ocupará o palco em duas apresentações especiais prometendo uma experiência teatral que desafia expectativas e desperta reflexões profundas sobre questões sociais ainda latentes.
Na obra, adaptada por Sulanger Bavaresco a partir do texto original de Iur Gomez, acompanhamos o encontro entre duas mulheres com trajetórias que parecem incompatíveis à primeira vista. Dalva, interpretada por Andréa Buzato, é uma viúva de posição social respeitável, que procura Jussara, vivida por Diana Adada Padilha, uma prostituta, para dar-lhe a notícia da morte do General, papel de Cezar Pizetta. O que deveria ser uma comunicação breve e formal se transforma em algo completamente inesperado.
Ambientada no interior brasileiro do início do século XX, a narrativa revela como essas duas mulheres, vindas de mundos aparentemente opostos, descobrem conexões surpreendentes através de segredos compartilhados. Apesar da atmosfera de época, funciona como um espelho de questões contemporâneas sobre poder, moralidade e os papéis impostos às mulheres pela sociedade.
A força desta montagem reside na fusão orgânica entre teatro, música e movimento. Eugênio Menegaz assina a direção musical e permanece em cena ao piano, executando a trilha sonora ao vivo que pulsa junto com os momentos dramáticos da peça. As atrizes Julia Bavaresco, Giwa Coppola e Diana Padilha fazem interpretações vocais brilhantes, todas preparadas vocalmente por Luiza Faé Mantovani e pelo próprio Eugênio Menegaz. A dimensão corporal ganha força através da coreografia assinada por Geovana de Oliveira.
O elenco completo reúne doze atores em cena, incluindo Rafael Reüs, Sandro Maquel, Nenê Borges, Vinicius Pasinato Damian e Welington Hors, criando um universo cênico rico e multifacetado que sustenta as várias camadas interpretativas da obra.
As duas únicas apresentações representam uma oportunidade rara para o público florianopolitano vivenciar teatro de qualidade que ousa explorar territórios complexos da experiência humana. Em um período em que discussões sobre relações de poder e questões de gênero ganham cada vez mais relevância, "A mulher do general e a outra" oferece uma perspectiva artística refinada sobre dilemas que continuam atuais, mesmo sendo ambientados em uma época passada.
Da redação
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